BNews Turismo

'Voos-fantasma': Entenda por que companhias aéreas decolam dezenas de aviões basicamente vazios

Divulgação / Lars Nissen - Pixabay
Dezenas de aviões realizam voos fantasma mensalmente no continente europeu  |   Bnews - Divulgação Divulgação / Lars Nissen - Pixabay

Publicado em 03/09/2022, às 15h32   Redação BNews


FacebookTwitterWhatsApp

Os "voos fantasmas" decolam mensalmente na Europa, com uma ocupação igual ou até menor do que 10% do total do avião. Dezenas de aeronaves realizam voos deste tipo. Este fenômeno já vem acontecendo há anos no continente europeu, diferentemente da América Latina e do Caribe. O problema se tornou ainda mais premente após a pandemia de Covid-19. As companhias são obrigadas a operar seus voos pensando em manter os direitos de pouso e decolagens nos melhores horários comerciais, ou poderão perdê-los no ano seguinte. 

Vários aeroportos exigem que as aéreas realizem voos com ao menos 80% dos voos programados para manter seus direitos de pouso e decolagem em determinados horários (slots). Isso permite que as companhias mantenham uma margem de cancelamento de 20%.

Se as operações não atenderem estes números, serão obrigadas a operar voos vazios para manter seus slots ou, no ano seguinte, passam pelo risco de perder os melhores horários comerciais. 

Decolar de Londres às 6h da manhã não é o mesmo que decolar às 8h ou 9h. Tampouco é igual pousar em Madri às 17h e à 1h da manhã, quando o metrô já fechou e as conexões de transporte com o centro da cidade são mais complicadas. O preço também não é o mesmo.

Pensando neste fenômeno, a Comissão Europeia e a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos, aplicam a regra conhecida como "use ou perca" nos aeroportos mais congestionados. 

"Os voos fantasmas são definidos como aqueles operados voluntariamente pelas companhias aéreas exclusivamente para preservar os direitos históricos sobre seus slots", explica o Conselho Internacional de Aeroportos (ACI).

A entidade ainda acrescenta que "os voos fantasmas não são colocados à venda, não transportam passageiros e não geram receitas para as companhias aéreas".

Acredita-se que os voos fantasmas não beneficiam ninguém, sendo considerada uma prática desnecessária e perdulária. Mas também existe quem pense que a distribuição coordenada de slots nos aeroportos que estão em sua capacidade máxima possível, garante a concorrência entre as companhias aéreas e beneficia os consumidores.

"São voos que, a priori, não fazem sentido econômico e muito menos ambiental. Se queima muita querosene, o que tem um claro impacto nas mudanças climáticas", afirmou Diego R. González, presidente da Associação Mundial de Advogados de Aeroportos. As informações são do G1.

Siga o TikTok do BNews e fique por dentro das novidades

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp