Esporte

Novo estudo mostra diferenças entre homens e mulheres trans nos esportes

Gabriel Cabral / Folhapress
Mesmo com o financiamento do Comitê para desenvolvimento da pesquisa, esse estudo não é considerado uma base às regras  |   Bnews - Divulgação Gabriel Cabral / Folhapress

Publicado em 02/05/2024, às 20h18   Redação



O Comitê Olímpico Internacional (COI) financiou um estudo que confirmou que “atletas transgênero femininas não são homens biológicos” durante competições esportivas, além de outras questões que versam sobre esse universo. A partir do indicador muscular geral se percebeu que as mulheres trans têm mais força que as mulheres que têm o gênero feminino ao nascer. Porém, as atletas trans têm menor capacidade de salto, função pulmonar e aptidão cardiovascular em comparação as atletas cis. 

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As informações, que foram publicadas pela Folha de São Paulo, ainda explicam que as vantagens das atletas transgênero femininas não são imutáveis, mas devem ser avaliadas a partir de cada modalidade esportiva. 

Com a aproximação das Olimpíadas de Paris 2024, o debate fica mais acirrado, porém os autores do estudo alertam que as decisões sobre esse tema não devem ser tomadas de forma apressada.  

Nos 25 estados dos EUA têm leis que proíbem a participação de atletas transgênero nos esportes femininos, segundo uma ONG que defende a igualdade para comunidade LGBTQIAPN+, a Movement Advancement Project.

Nos jogos de Paris durante o verão, a natação, o atletismo e o ciclismo, que contam com atletas trans na categoria em alguns países, já não são mais opções para competir, pois proíbem as esportistas transgênero que passaram pela puberdade como homens de participar. 

O que representa a pesquisa?

Para o COI, que bancou a pesquisa, não muda nada. De acordo com o Comitê, as regras para legitimar a participação das atletas trans femininas fica a cargo das federações que lideram cada esporte. 

O estudo reconheceu algumas limitações e também vantagens nas mulheres trans, porém os estudiosos deixaram evidente que o trabalho foi desenvolvido em curto período de tempo, bem como uma amostra simbólica do universo de atletas. Foram testados 19 homens cisgêneros (aqueles cuja identidade de gênero corresponde ao sexo atribuído ao nascer) e 12 homens trans, juntamente com 23 mulheres trans e 21 mulheres cisgêneras.

Todos os participantes praticavam esportes competitivos ou passavam por treinamento físico pelo menos três vezes por semana. E todos os atletas transgênero haviam passado por pelo menos um ano de tratamento para suprimir seus níveis de testosterona e tomar suplementação de estrogênio, disseram os pesquisadores. Nenhum dos participantes eram atletas competindo em nível nacional ou internacional.

Depois da pesquisa publicada, os autores receberam ameaças. Para Yannis Pitsiladis, membro da comissão médica e científica do COI, isso pode fazer com que outros cientistas evitassem buscar pesquisas sobre o tema, declarou à Folha:

"Por que qualquer cientista faria isso se você vai ser totalmente criticado e difamado?" disse ele. "Isso não é mais uma questão científica. Infelizmente, tornou-se uma questão política."

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