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PM tiktoker admite falta de “liberdade de expressão” no militarismo; saiba mais

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Popularidade do PM tiktoker envolve um período de cerca de cinco anos  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Instagram

Publicado em 04/10/2023, às 07h50   Pedro Moraes



Soldado por mais de nove anos de vida, Thiago Batista Garrocho anunciou a baixa voluntária da Polícia Militar do Espírito Santo. Também conhecido pela popularidade nas redes sociais, o influenciador digital de 36 anos de idade alegou que foi ‘escanteado’ por atuar como tiktoker.

Tanto Garrocho quanto a mulher dele, a também agente de polícia Reniely, conquistaram fama há cerca de cinco anos. Eles criaram o hábito de gravar vídeos humorados referentes ao  cotidiano do casal e a vida na profissão. Mas o ex-policial teve problemas com a corporação por causa dos registros nos quais aparecia fardado.

Com mais de 4 milhões de seguidores no TikTok e 1 milhão de seguidores no Instagram, o perfil Casal Policial viralizou. De acordo com Thiago Garrocho, mais de 5 mil publicações nas redes sociais foram contabilizadas desde 2018. A partir do momento que a corporação passou a investigar alguns dos registros, processos contra o ex-soldado foram abertos.

Conforme ele, a proposta dos vídeos era “humanizar a farda” e exibir que “o policial não é e só aquele cara bravo, com a cara fechada”. O relato do soldado, em março deste ano, antecipou a batalha com a Polícia Militar, quando foi suspenso do serviço por dez dias, com redução salarial.

“Pegaram cinco vídeos meus, analisaram e me puniram. por estar às vezes sem boina, por ter feito um vídeo que julgaram que foi durante o serviço, por estar com a farda amassada, desalinhada, sem tarjeta, falando às vezes sobre o colete e diversos outros fatos, que eu trazia de informação aqui só para tirar dúvidas das pessoas. Nunca fiz isso com intenção de trazer repercussão negativa para a polícia”, detalhou Garrocho. 

Chance de retorno

Perguntado por um seguidor se há chance dele regressar, se a corporação permitisse a gravação dos vídeos, o ex-agente destacou que não. “Não existe essa possibilidade. Virei a página, quero outra coisa pra minha vida e não existe liberdade de expressão dentro do militarismo”, garantiu.

“Já que o percursor da minha saída foi essa questão de fazer vídeos para a internet e os vídeos foram contra as normas, acredito que nada mais justo do que utilizar essa parte da internet para fazer alguma coisa. Não tô mais com saco para ficar engolindo sapo de ninguém”, acrescentou.

A corporação alegou que o pedido foi recebido, além de confirmar que a demissão do ex-soldado aconteceu em 28 de setembro, segundo divulgado pelo g1.

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