Salvador

Morte de crustáceos: Comunidade acusa empresa de despejar produtos químicos em praia do Subúrbio

Leitor BNews
Empresa se manifesta e nega crime ambiental em São Tomé de Paripe  |   Bnews - Divulgação Leitor BNews

Publicado em 12/05/2023, às 11h25 - Atualizado às 12h52   Bruno Guena e Filipe Ribeiro



A reportagem do BNews noticiou nesta quinta-feira (11) o caso de diversos crustáceos que apareceram mortos na orla de São Tomé de Paripe. Em apuração, recebemos denúncias de moradores da região indicando que uma possível contaminação da água por descarte de produtos químicos seria a causa para as mortes. A responsável por esse descarte é a empresa Intermarítima.

Em entrevista ao BNews, o pescador Renato Figueiredo fez um apelo para ajuda à população, que, segundo ele, vem sofrendo com as consequências desse descarte, que ele considera ilegal.

"Pedimos apoio para que a gente possa combater este tipo de infração que vem acontecendo na praia de São Tomé de Paripe. A empresa vem atuando há dois anos aqui, descarregando concentrado de cobre e produtos que vêm causando problemas para a população. Teve um descaso, com os frutos do mar morrendo. Não tem mais peixe, siri, caranguejo devido a esses problemas. Agora teve um navio descarregando fertilizante de cobre. A população clama pelo apoio à comunidade", disse o pescador.

Uma fonte, que preferiu não se identificar, revelou à reportagem que houve um acordo para a empresa descarregar fertilizantes, carvão e minério. No entanto, além desses produtos, há também o descarregamento de "concentrado de cobre, escória de titâneo, entre outros". 

Ainda de acordo com a fonte, as carretas utilizadas para levar esses produtos para o descarte fazem o procedimento de maneira errada, já que os resíduos acabam caindo pela pista, sendo levados pelo vento a residências, estabelecimentos e escolas. O descarte feito por navios também estaria contaminando a água.

Em contato com a reportagem, a Intermarítima negou que "manuseia produtos químicos", e afirmou que segue protocolos de segurança que "impedem qualquer possibilidade de vazamento. Portanto, a denúncia não procede".

Confira a nota na íntegra:

"A empresa informa que o Terminal é licenciado pelo INEMA, segue rigorosamente todos os protocolos ambientais e não manuseia produtos químicos, apenas granel sólido, em sua maioria fertilizantes para agricultura, com todas as medidas de segurança que impedem qualquer possibilidade de vazamento. Portanto, a denúncia não procede.

A Intermarítima é rigorosa em políticas ambientais e mantém saudável relacionamento com a comunidade. Políticas sócio-ambientais são adotadas com eficácia em todos os seus projetos e regiões de atuação, contando com o apoio das lideranças locais."

Nesta quinta-feira, o BNews também entrou em contato com a Marinha do Brasil, que por meio de nota informou que "fiscaliza e ordena, rotineiramente, o tráfego aquaviário". Comunicou ainda que investigará o aparecimento de crustáceos mortos na Praia de São Tomé de Paripe. Confira:

"A Marinha do Brasil (MB), por meio do Comando do 2° Distrito Naval, informa, através de nota, que a Capitania dos Portos da Bahia (CPBA), como Agente da Autoridade Marítima, fiscaliza e ordena, rotineiramente, o tráfego aquaviário, a fim de garantir a segurança da navegação e a salvaguarda da vida humana no mar, conforme previsto na Lei n° 9.537/97 (Lesta), que estabelece as atribuições e competências da Autoridade Marítima. Em atenção a demanda e ao suposto aparecimento de crustáceos mortos na Praia de São Tomé de Paripe, a CPBA enviará uma equipe de Inspeção Naval, a fim de averiguar aspectos afetos a sua esfera de competência."

Veja o vídeo:

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