BNews Agro

Produção de ervilha torta é alternativa rentável para agricultura familiar; entenda

Produção em Minas Gerais é conduzida por agricultores familiares  |  Divulgação

Publicado em 29/01/2024, às 11h41 - Atualizado às 11h46   Divulgação   Verônica Macedo

Com temperaturas mais amenas, o Sul de Minas é uma região onde a produção de ervilha se adaptou bem. Em Munhoz, por exemplo, são cerca de 180 hectares por ano dedicados à cultura, sendo que 100% dessas áreas são cultivadas por agricultores familiares, como o André Francisco das Chagas.

Inscreva-se no canal do BNews no WhatsApp.

“Há mais de 12 anos eu trabalho com a ervilha, e foi dando certo. É minha principal produção. Eu gosto de fazer o que eu faço, chegar na lavoura bem cuidada, sadia, é um dom de Deus”, comenta Chagas.

A ervilha vagem ou ervilha torta, como é mais conhecida na região, é originária do Oriente Médio, mas se adaptou bem em diversas regiões do Brasil. Em Munhoz, segundo o técnico local da Emater-MG, Juary José Moreira, os produtores conseguem colher a leguminosa o ano inteiro.

“Aqui são regiões altas e a ervilha gosta de temperaturas mais amenas, menos de 23 graus. Então se consegue produzir durante todo o ano e o mercado principal é a grande São Paulo”, explica.

Vantagens e desvantagens

Uma vantagem da ervilha torta é ser uma planta rústica, de baixo custo, adequada à produção familiar. Mas também apresenta desafios. André Francisco conta que o período das chuvas é mais propício para o desenvolvimento de doenças, o que força o uso maior de defensivos agrícolas.

Outra questão é a necessidade de irrigação. “É uma cultura sensível à falta de água, em escassez hídrica ela corta a produção”, detalha Juary Moreira. O técnico também destaca que a maioria dos produtores em Munhoz cultiva em terras arrendadas, pela necessidade de se fazer um rodízio de culturas, com objetivo de evitar a infestação por doenças. “Então o produtor vai sendo nômade, vai mudando de lugar”.

Para o cultivo é preciso ainda o investimento na preparação do solo, com aração, calagem e adubação rica em fósforo. Quando a planta vai crescendo ela deve ser conduzida por fitilhos, até chegar a altura de um 1,5 metro a 1,8 metro de altura, quando atinge seu pico de desenvolvimento.

O ciclo da planta, conforme Juary Moreira, gira em torno de dois a dois meses e meio, ou seja, a colheita é possível em cerca de 45 dias.

Mão de obra

Um gargalo importante é a carência de mão de obra, na avaliação do técnico da Emater-MG. Mesmo sendo uma cultura adequada à produção familiar, muitos produtores precisam de ajuda na época de passar o fitilho e na colheita, “porque o trabalho é 100% manual”.

André Francisco faz o máximo que pode das atividades sozinho, mas também recorre a mão de obra contratada em alguns períodos. “A maior parte eu faço sozinho, tem funcionário que trabalha comigo sim, mas dependendo do serviço eu faço sozinho, para reduzir o custo”, reforça.

André também conta com assistência técnica da Emater-MG, tanto na orientação para condução da cultura, quanto para elaboração de projetos de crédito rural. “A Emater é importante para nós porque sempre que a gente tá precisando de um apoio, um auxílio, a gente procura o Juary. Tem época do ano que o problema é a falta de dinheiro, aí a gente recorre a Emater para conseguir o recurso para poder plantar”, conta.

Contudo, entre vantagens e desafios, o produtor está satisfeito com a cultura da ervilha. “É uma produção que compensa, tem dado lucro, tô satisfeito e gosto muito de trabalhar com ela”.

Clique aqui e se inscreva no canal do BNews no Youtube!

Classificação Indicativa: Livre


Tags minas gerais produção agronegócio agricultores familiares Cultivo agro ervilha

Leia também


Período de defeso de cinco espécies de camarão começa neste domingo (28)


Produtos biológicos colaboram com diminuição das emissões de CO2 no campo