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VÍDEO: Intercambistas de países africanos denunciam racismo e xenofobia em Universidade na Bahia

Casos são recorrentes na Universidade Federal de Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), segundo o denunciante  |  Reprodução/ Google Maps

Publicado em 19/09/2023, às 16h23   Reprodução/ Google Maps   Lindaura Berlink

Um estudante da Universidade Federal de Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) procurou a reportagem do BNews para denunciar práticas racistas e xenofóbicas contra quase de mil intercambistas na instituição, em São Francisco do Conde, município da Bahia.

Durante entrevista, o denunciante, que veio do país africano Guiné-Bissau, a partir dos acordos de cooperação internacional entre o Brasil e países da África, disse que as práticas criminosas são cotidianas.

"Muitas pessoas negras e brancas perguntam assim 'Vocês dormem na árvore lá na África?' ou 'Como vocês chegaram aqui?'. Tem vezes que as pessoas chamam a gente só para xingar e quando passamos nas ruas, algumas pessoas fazem ruído", disse o universitário, que prefere não ser identificado.

Em uma publicação nas redes sociais, uma aluna brasileira do Diretório Central dos Estudantes dá uma indireta aos alunos estrangeiros e uma diretora da universidade comenta chamando os intercambistas de animais peçonhentos. (veja abaixo)

 

Foto: Reprodução/Redes Sociais

 

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Além do racismo e xenofobia, o estudante africano afirrmou que os intercambistas precisam sobreviver com uma bolsa mensal baixa, no valor de 530 reais, que só é revelada depois de chegam ao Brasil.

“Nós nem sabíamos que esse valor era tão pouco e não chegava a suprir as nossas necessidades básicas, pois 530 reais é um dinheiro que não consegue suportar nada. Eu mesmo não conseguiria viver com isso mesmo no meu país, por um mês, imagine aqui? Que eu tenho que pagar aluguel, internet, comprar comida e fazer outras coisas que no meu país eu não fazia”, explicou o estudante.

Outra humilhação, segundo o estudante natural de Guiné-Bissau, são as refeições ofertadas no restaurante universitário. “Sempre há problema de insuficiência ou de má qualidade. Nas últimas semanas, foi encontrada uma larva”, contou.

Diante da situação, as lideranças da universidade federal fizeram campanhas de doação de alimentos para os estudantes e ocuparam o campus baiano em protesto, desde o dia 29 de agosto.

O BNews procurou a reitoria da UNILAB e o Ministério da Educação afim de um posicionamento sobre as denúncias, mas até a publicação desta reportagem não obteve resposta.

Assista a reportagem completa abaixo:

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