Coronavírus
Publicado em 19/05/2020, às 09h47 Lance Cheung/USDA Redação BNews
A China reagiu nesta terça-feira (19) às declarações feitas pelo presidente Donald Trump na noite da última segunda-feira (19). Em carta dirigida ao chefe da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, Trump ameaçou cortar permanentemente o financiamento do país à entidade se o órgão não se comprometer com melhorias dentro de 30 dias e reavaliar a filiação à agência.
Na carta, o presidente americano argumenta que o único caminho para a OMS é demonstrar independência da China, e fez várias acusações contra a China. Escreveu, inclusive, que o país tentou bloquear indícios de que o vírus podia ser transmitido entre pessoas e pressionou a OMS a não declará-lo como uma emergência.
This is the letter sent to Dr. Tedros of the World Health Organization. It is self-explanatory! pic.twitter.com/pF2kzPUpDv
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) May 19, 2020
De acordo com informações da agência de notícias Reuters, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, classificou o conteúdo da carta como difamatório.
“A carta aberta da liderança dos EUA está repleta de frases com insinuações, senões e potencialidades, e está tentando iludir o público por meio deste método enganoso para atingir o objetivo de caluniar e difamar os esforços da China para a prevenção da epidemia e para transferir a responsabilidade de sua própria incompetência ao lidar com a epidemia”, disse.
Lijian avalia que a decisão norte-americana de parar de contribuir com a OMS é uma violação de suas obrigações internacionais. O porta-voz da OMS em Genebra disse que a agência não tem nenhum comentário imediato à carta, mas que espera ter “mais clareza” e uma reação a ela mais tarde nesta terça.
Trump suspendeu as contribuições dos EUA à OMS no mês passado, acusando-a de difundir “desinformação” chinesa sobre o surto do novo coronavírus, mas autoridades da OMS negaram a acusação e a China disse ser transparente e aberta.