Coronavírus
Publicado em 19/05/2021, às 15h20 Jefferson Rudy/Agência Senado Redação BNews
O ex-ministro da Saúde, e general da ativa, Eduardo Pazuello opinou que questionar a um general se ele tem competência de gestão e liderança é como perguntar se "chuva molha". O comentário foi feito em resposta ao relator da CPI, Renan Calheiros (MDB), na manhã desta terça-feira (19), no início de sua oitiva na comissão.
Calheiros perguntou sobre as competências de Pazuello para assumir a pasta. "Perguntar a um general se ele tem competência de gestão e liderança é como o senhor perguntar se chuva molha.Se o senhor achar que os generais do Exército não tem competência para gestão e liderança, temos que recriar o nosso Exército", disse.
Pazuello assumiu o ministério da Saúde, após a saída do médico Nelson Teich, com fama de especialista em logística, embora não tenha especialização acadêmica na área. Como oficial superior, ele realizou os cursos de Comando e Estado-Maior no Exército, e de política e estratégia aeroespacial, na Força Aérea Brasileira.
Nenhuma das duas formações como oficial superior na área de Logística.
Confusões
A aprovação das primeiras vacinas contra a Covid-19 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no início deste ano, e a posterior distribuição das doses aos estados, provocaram alguns episódios de confusão e atrasos protagonizados pelo ministério comandado por Pazuello.
Em 18 de janeiro, por exemplo, o secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas, criticou o atraso na decolagem de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) encarregados de transportar as doses para distribuição nos estados.
“O voo com as vacinas era pra chegar 8h50 de hoje e agora soube que chegará às 18h. Se for assim, dificilmente haverá possibilidade de iniciar vacinação hoje na Bahia”, escreveu em seu Twitter na época.
O voo com as vacinas era pra chegar 8:50de hoje e agora soube que chegará às 18h. Se for assim, dificilmente haverá possibilidade de iniciar vacinação hoje na Bahia. https://t.co/0JzVu5I2zl
— Fábio Vilas-Boas (@fabiovboas) January 18, 2021
Posteriormente, em fevereiro, o Ministério da Saúde admitiu erro ao trocar a quantidade de doses de vacinas contra o novo coronavírus destinadas ao Amazonas e ao Amapá. Em ambas as situações. O caso teve repercussão à época.
"O Ministério da Saúde informa que o Amazonas e o Amapá receberão, ainda esta madrugada, as quantidades de doses corretas reservadas aos estados nesta quinta etapa de distribuição de vacinas. O estado do Amazonas receberá 76 mil doses adicionais que haviam sido entregues ao Amapá, totalizando 78 mil vacinas. O Amapá, por sua vez, ficará com as 2 mil", esclareceu em nota emitida em 25 de fevereiro.