Justiça
Publicado em 10/11/2021, às 21h51 Carolina Antunes/PR Redação Bnews
A Polícia Federal (PF) decidiu pela transferência da condução da Operação Akuanduba, que investiga crimes como exportação ilegal de madeira e uso de documentos falsos, da superintendência do Distrito Federal para a do Pará. Entre os alvos desta operação está o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles. Até então, o delegado Franco Perazzoni estava comandando as investigações desde o início.
A operação Akuanduba foi iniciada pela superintendência da Polícia Federal no DF em maio deste ano, após o pedido de inquérito ser autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), já que Salles ainda era ministro e tinha foro privilegiado.
Entretanto, como Ricardo Salles foi exonerado do cargo de ministro em junho e, consequentemente, perdeu o foro, o relator do caso no STF, ministro Alexandre de Moraes, em julho, decidiu que as investigações deveriam passar à supervisão da Justiça Federal do Pará.
Mesmo com essa decisão da Justiça, a operação ainda continuou sob responsabilidade do delegado Franco Perazzoni, no Distrito Federal, pois o superintendente da PF no Pará, Wellington Santiago, pediu que o caso fosse mantido com as equipes da capital federal.
Em outubro, no entanto, Wellington Santiago mudou de opinião e enviou novo ofício à PF no Distrito Federal afirmando que a PF do Pará estava pronta para seguir com a investigação. O superintendente no DF, Victor César Carvalho dos Santos, aceitou o pedido e encaminhou o inquérito às equipes do Pará.
Segundo fontes, a mudança de posicionamento de Wellington Santiago ocorreu depois que o superintendente da PF no Pará foi promovido para adido da Polícia Federal na Colômbia.
Operação Akuanduba
Em maio, o então Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o presidente afastado do Ibama, Eduardo Bim, e mais nove ocupantes de cargos de confiança no Ibama e no Ministério do Meio Ambiente foram alvo de operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, investigados por crimes contra a administração pública como corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e, especialmente, facilitação ao contrabando. Segundo as investigações, o esquema seria operado por esses funcionários públicos e por madereiros.
Os investigadores apontam a ocorrência de uma "lavagem" de produtos florestais, com a tentativa de "legalizar" materiais extraídos de forma ilegal com a utilização de documentos expedidos oito meses após a exploração das áreas.
A perícia criminal da PF foi realizada a partir de informações levantadas pelo Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos da América – órgão equivalente ao Ibama.
Nota divulgada pela PF sobre a troca na operação
Em atenção aos questionamentos encaminhados, esta Coordenação-Geral de Comunicação-Social informa:
Em razão da declinação de competência da Justiça Federal no Distrito Federal para a Justiça Federal no Pará, local dos fatos, o inquérito policial está sendo conduzido por autoridade policial daquele estado.
O Superintendente Regional da Polícia Federal no estado do Pará foi convidado para assumir a adidância da PF na Colômbia no mês de outubro.
Atenciosamente,
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