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Presidente da ADEMI-BA avalia que preservação histórica não pode impedir desenvolvimento

Em entrevista ao Bnews, Cláudio Cunha disse que associação ainda precisa estudar portaria do Iphan que estabelece restrições para empreendimentos na região da Barra  |  Roberto Viana/BNews

Publicado em 06/12/2019, às 12h44   Roberto Viana/BNews   Bruno Luiz / Marcos Maia

O engenheiro civil Cláudio Cunha, presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (ADEMI-BA), defendeu nesta sexta-feira (6) que a preservação histórica dos espaços urbanos é tão importante o crescimento da cidade.

Uma portaria publicada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na última quarta-feira (4) estabelece uma série de restrições a empreendimentos previstos para a região da Barra. As informações são da coluna Satélite, do jornal Correio.

Ainda de acordo com a publicação, a norma sobrepõe, inclusive, normas definidas pela Lei de Ordenamento do Uso do Solo (Louos). "A gente precisa observar que o Iphan é necessário, primordial para a manutenção do nosso acervo histórico e sua preservação, mas ele tem também que permitir o desenvolvimento da cidade", disse ao BNews durante a 30ª Convenção Anual da ADEMI-BA.

Questionado pela reportagem se, mesmo com uma análise superficial, acreditava que a portaria poderia representar um revés para o mercado imobiliário, Cunha disse que prefere se debruçar sob a portaria antes de emitir qualquer juízo de valor.

Cunha acredita que é necessário que conciliar a intenção de preservar a história da cidade com o desenvolvimento de Salvador. Para ele, é fundamental que a Louos -elaborada pelo município - seja integrado com o patrimônio de salvador. Ele citou Roma como um case de sucesso quanto o assunto é balancear desenvolvimento e história no espaço urbano.

Também sobre a portaria, o presidente da ADEMI-BA garantiu que a associação buscará dialogar com o município e com o Iphan para solucionar o impasse. "Vamos a partir de segunda-feira estudar essa portaria, analisar o impacto disso sob o mercado imobiliário. Temos vários associados da ADEMI que já fizeram investimentos nessa área, sempre baseado em uma análise de orientação prévia", contou.

Cunha avaliou ainda destacou que o mercado imobiliário e a ADMI-BA apoiam a instalação de residências em bairros históricos. Ele argumenta que a circulação de pessoas no espaço urbano é fundamental para “dar vida aos bairros”, e que isso só acontece permanentemente quando há habitações em uma determinada região.

Balanço

Durante a conversa com o Bnews, Cunha anunciou que o setor imobiliário concluirá o ano de 2019 registrando crescimento. Ele também acrescenta que a organização tem previsão de lançar vários investimentos ainda no primeiro semestre de 2020.

"Tivemos nesse último semestre, e no terceiro trimestre, um número aumentado de empreendimentos imobiliários; um crescimento considerável no volume de vendas. Temos hoje a maior disponibilidade de imóveis já lançados em construção e prontos da série histórica da ADMI", destacou.

Cunha avalia que os créditos têm crescido, e que as taxas de juros futuras continuaram baixas - o que possibilitará que o crédito siga mais barato. Desta maneira, na avaliação do presidente da ADEMI-BA, o fututo é favorável tanto aos novos investimentos na produção, quanto aos eventuais clientes.

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