Polícia

EXCLUSIVO: Médico sequestrado na Pituba revela detalhes do crime; veja o que ele disse

Reprodução: Montagem
Médico deu detalhes ao Bnews sobre o sequestro que sofreu na última quarta-feira (24)  |   Bnews - Divulgação Reprodução: Montagem

Publicado em 28/04/2024, às 13h40 - Atualizado às 14h24   Rebeca Silva


FacebookTwitterWhatsApp

O médico otorrinolaringologista, Gilson Meirelles Campos Júnior, deu detalhes ao Bnews sobre o sequestro que sofreu na quarta-feira (24), após sair de uma farmácia na Pituba, em Salvador.  Os suspeitos foram presos na sexta-feira (26), no mesmo dia em que a vítima foi libertada.

Inscreva-se no canal do BNews no WhatsApp

Gilson contou que foi surpreendido por um veículo que bloqueou sua saída, e um assaltante armado o ameaçou.

“ Eu dirigi até a farmácia Drogasil aqui da Pituba para comprar alguns produtos, isso por volta das 20 horas, e aí quando eu retorno ao carro, para, enfim, voltar para casa, fui surpreendido com outro veículo que trancou a minha saída. Imediatamente saiu um assaltante, com arma em punho, uma pistola, me ameaçando de sequestro” disse.

O médico afirmou que os sequestradores exigiram que ele fizesse transferências bancárias via Pix, mas ele não estava com o celular em mãos. “Me pediram o celular para fazer as transferências bancárias via pix só que, no susto, eu deixei o celular no  meu automóvel e aí que foi a surpresa deles” relatou. 

Os criminosos tinham planejado utilizar a extorsão como motivação do sequestro. Mesmo assim, eles mantiveram Gilson como refém e continuaram a negociação. “Eles adentraram a BR 324, devem ter passado por um dos pedágios, eu não via mais nada porque dentro do carro eu estava com as mãos atadas, com adesivo na boca e encapuzado,  não podia olhar pra frente, então, eu só tentava escutar algumas coisas que eles falavam” disse.

O local do cativeiro 

Segundo Gilson relatou, após ser levado para um cativeiro, possivelmente,  em uma área rural, ele foi colocado em um quarto. Durante o período em cativeiro, os sequestradores mostraram preocupação com a saúde da vítima, oferecendo água e comida.

“Quando eu chego no cativeiro, já por volta do início da madrugada, eu sou deslocado para um quarto, não dava pra ver porque era uma mata densa, parecia uma área rural, aí eles me colocam dentro de uma casa bem íngreme. Sem móveis, parecia realmente uma casa abandonada, em um dos quartos do fundo tinha um colchonete fino, sem sol, eles me deixaram lá, como refém no cativeiro, me oferecendo água, comida, biscoito, pão, se eu tava sentindo alguma coisa, preocupados com a minha saúde, vamos chamar assim” explicou.

Os criminosos tentaram desviar o foco das investigações

Durante a entrevista, o médico também revelou que os criminosos tentaram desviar a atenção do crime, fazendo acusações inverídicas. Eles associaram Gilson a um suposto envolvimento amoroso com uma mulher de traficante, criando uma cortina de fumaça para confundir a polícia.

"Tentaram atrelar a motivação do crime a um suposto envolvimento meu com mulher de traficante por frequentar paredão. Isso foi utilizado para criar uma cortina de fumaça para confundir a polícia", afirmou o médico. 

A suposta motivação do crime

Gilson acredita que o sequestro foi planejado com base em seu estilo de vida.  Ele já atuou como diretor-médico do Esporte Clube Vitória, é professor universitário e empresário do mercado de entretenimento.

“Eles já vinham estudando meu perfil há um tempo, fui diretor médico do Esporte Clube Vitória, sou professor da Unifacs, empresário do mercado de entretenimento, além da área de saúde. Eu tinha uma vida pública ativa, eu era uma figura que ficava evidente, então eles já vinham estudando esse meu perfil, e planejaram o sequestro ", disse.

A prisão dos envolvidos

Até o momento, quatro envolvidos no crime foram capturados, mas a polícia continua em busca dos demais envolvidos. Há uma possível existência de uma  organização criminosa que está cometendo sequestros em Salvador. 

"Da quadrilha que operou o sequestro, quatro elementos já foram capturados, eles estão tentando descobrir o restante da equipe, porque parece que tem mais gente envolvida. É realmente uma organização criminosa que, costumeiramente, está praticando esse tipo de crime aqui em Salvador, por isso que os índices aumentaram" disse.

A investigação continua em andamento para desvendar todos os detalhes do sequestro e identificar os demais responsáveis envolvidos no caso.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp