Eleições

R$ 50, o preço do voto

Matéria do Correio revela esquema de crime eleitoral no interior do estado  |  

Publicado em 13/10/2010, às 09h32      Redação Bocão News


O esquema foi registrado através de câmeras escondidas na cidade de Itajuípe, sul da Bahia. Os beneficiários foram Felix Mendonça Jr. (PDT) e Paulo Câmera (PDT), o último foi eleito deputado estadual e o primeiro conseguiu vaga na Câmara Federal.

As gravações mostram dois agenciadores - Reinaldo Félix, o Nadinho, e Orlandi Santos, Tafarel - negociando explicitamente o voto de moradores do distrito de Queimada, zona rural da cidade. Quem se compromete a votar nos dois candidatos recebe R$ 50. Além disso, há também a promessa de construção de banheiros em residências. Num dado momento, Nadinho confirma que só naquela área o investimento era de aproximadamente R$ 3 mil, mas sinaliza que Félix Jr. gastou R$ 68 mil em “boca de urna e outros trabalhos de campanha”.   

Além dos citados, dois outros personagens tem papel de destaques no esquema de compra de votos: Paulo Martinho, ex-prefeito de Itajuípe e liderança política da região, e uma mulher apresentada apenas como Shirlei, a coordenadora da 68ª sessão eleitoral do município, que era uma fiscal da quadrilha no local de votação e tinha a função de direcionar o voto de quem tivesse dificuldade com a urna eletrônica.

Segundo a matéria, os dois candidatos estão entre os mais votados na localidade. No universo de 500 eleitores, Félix Jr. teve 98 votos e Paulo Câmera 53.

O vídeo já está nas mãos do promotor eleitoral Patrick Pires da Costa, responsável pelas cidades de itajuípe e Barro Preto. O magistrado destacou que o conteúdo é muito forte e vai solicitar à Polícia Federal a instauração de inquérito para apurar as irregularidades. Ele também ressaltou que os candidatos podem responder penalmente pelo crime de compra de votos, previsto no artigo 299 do código eleitoral, além de serem enquadrados nos crimes de boca de urna e abuso de poder econômico.

Félix Mendonça Jr. e Paulo Câmera podem sofrer recurso contra as diplomações, além de terem os mandados impugnados e podem perder os direitos políticos por, no mínimo, três anos.

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