Especial
Publicado em 24/08/2021, às 09h13 Alberto Maraux/SSP-BA Diego Vieira
Eram por volta das 6h30 da manhã, do dia 24 de agosto de 2017, quando uma lancha com 120 pessoas (116 passageiros e 4 tripulantes) virou em Mar Grande. A Cavalo Marinho I tinha deixado o terminal marítimo que fica no município de Vera Cruz, na Ilha de Itaparica, e seguia para Salvador. No momento do acidente, a embarcação estava a aproximadamente 200 metros da costa. O acidente deixou 19 mortos, entre eles um bebê de seis meses, e duas crianças de dois anos, além de 59 feridos.
Em agosto do ano passado, três anos após o naufrágio, o engenheiro Henrique José Caribé Ribeiro, o dono Lívio Galvão e a empresa CL Empreendimentos Eirelli, responsáveis pela lancha, foram condenados por unanimidade pelo Tribunal Marítimo da Marinha do Brasil.
O julgamento concluiu que a instabilidade causada por problemas de construção provocou o tombamento e o posterior naufrágio. A embarcação passou por reforma, mas não foi examinada quanto à inclinação e à estabilidade, o que teria detectado o problema e, possivelmente, evitado a tragédia. A aglomeração no convés superior e uma concentração menor de pessoas na parte inferior também foi um dos fatores que colaboraram para o acidente.
O resultado da decisão foi enviado ao Ministério Público da Bahia (MP-BA), que acompanha o caso.
No julgamento, o tribunal também indicou à Capitania dos Portos da Bahia (CPBA) que fiscalizasse as embarcações que fazem a travessia e analisasse se o estudo de estabilidade de cada uma delas corresponde à sua configuração atual. No entanto, quem utiliza o sistema ainda convive com as lembranças do trágico dia 24 de agosto.
Na última quinta-feira (19), a lancha “Nossa Senhora da Penha” sofreu uma pane durante a trajeto entre Mar Grande e Salvador, na Baía de Todos-os-Santos. A embarcação estava com 175 passageiros a bordo.
Segundo foi apurado pela Marinha, houve um problema na reversora da embarcação e não foi registrado nenhum incêndio a bordo.
No momento do ocorrido, todos os passageiros foram orientados a vestirem os coletes salva-vidas e a lancha ficou fundeada, enquanto aguardava a chegada de uma outra embarcação da empresa de transporte para iniciar o transbordo dos passageiros.
Todos os passageiros foram transferidos, com segurança, para a lancha “Nossa Senhora da Penha III”, que realizou o transporte até o Terminal de Turismo Naútico da Bahia, em Salvador.
A lancha foi notificada e apreendida pela CPBA. As causas, circunstâncias e responsabilidades pelo ocorrido serão apuradas por meio de inquérito administrativo instaurado pela Marinha do Brasil.
Já no dia 9 de julho deste ano, a fumaça escapando no motor de uma embarcação causou pânico entre os passageiros. Em vídeo enviado para o BNews, uma das pessoas presentes relatou que o barco ficou parado por cerca de 30 minutos enquanto os funcionários tentavam descobrir o que aconteceu, em seguida, seguiu viagem até o Terminal Náutico, no bairro do Comércio, em Salvador. Nas imagens é possível ver que as pessoas se aproximam da borda do barco assustadas com o ocorrido no meio do mar.
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À época, a Associação dos Transportadores Marítimos da Bahia (Astramab), responsável pela travessia, informou que a pane foi causada por um “vazamento na bomba de óleo de um dos motores, já próximo ao Forte São Marcelo”.
Ainda de acordo com a Astramab, o motor parou por causa do incidente. A embarcação possui dois motores e seguiu até o Terminal Náutico de Salvador com o outro em funcionamento. Não houve danos graves à embarcação.
Em meio à pandemia a Covid-19, também são comuns as cenas de aglomerações registradas nas lanchas. Os passageiros que precisam fazer a travessia têm se deparado com enormes filas para o embarque e embarcações lotadas, mesmo durante a pandemia.