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Publicado em 08/05/2022, às 06h15 Arquivo Pessoal Yasmim Barreto
Ele diz ‘eu sou filho Thiffany Odara, minha mãe é uma mulher trans, é uma guerreira
Um amor cheio de atravessamentos. Alguns não tão positivos em razão dos preconceitos que perpassam pela sociedade, mas outros que são um verdadeiro exemplo de amor genuíno para todos os lares. A maternidade da Yalorixá trans, Thiffany Odara, com o seu pequeno Tauã, de 7 anos, traz uma narrativa ainda pouco contada, porém, com grandes ensinamentos e (trans)formadora.
No especial de Dia das Mães, Thiffany contou sobre suas vivências ao lado de seu filho. Para ela, sua missão mais importante é entender como o racismo e a transfobia podem atravessar a existência do pequeno Tauã e quais as ferramentas mais eficazes para protege-lo.
“Eu sei que ele demonstra um orgulho, uma segurança, porque ele tem um entendimento que eu sou uma Yalorixá, mulher trans, liderança comunitária, ativista, e isso para ele é enaltecedor”, relatou.
Ao BNews, a liderança comunitária ainda ressaltou o grande desafio de enfrentamento aos preconceitos. Todavia, acredita que suas vivências podem contribuir para protege-lo. “Estamos falando de uma sociedade estruturante, estruturada pelo racismo, então eu vou pensar em outras possibilidades que não venham mexer com a autoestima, segurança, com o amor próprio do meu filho, vou criar estratégias de romper, proteger e não permitir que meu filho se afete como me afetou”, completou.
Contudo, não só ela o protege. Antes mesmo de completar 7 anos, a chegada de Tauã trouxe movimentos emblemáticos à vida de Thiffany Odara. Emocionada, a mãe de Santo relembrou como era sua vida antes da maternidade.
“Eu era porr@ louca! Saía na quinta, voltava na terça, virava noite, sem perspectiva, uma pessoa que não pensava em mim, não pensava no meu futuro, nem no presente, e a existência de Tauã enaltece meu futuro, meu presente, me fez eu repensar, remodelar, recriar, reconectar comigo mesma e com toda a perspectiva que eu não tinha de vida, de existência, de ser Thiffany Odara”, disse.
Segundo a Yalorixá, o ‘’torna-se mãe’’ foi essencial para a sua vida. À reportagem, ela relatou que isso aconteceu a partir de mudanças, renúncias e dedicação à nova vida que estava ali. Para Thiffany, nenhum amor se compara ao que sente por Tauã.
“Ele é como o ar que eu respiro, com a água que sacia minha sede, como o alimento que sacia minha fome, é uma importância imensurável, é vital, é o axé que eu comungo, que me mantém de pé todos os dias, é meu tudo, meu alicerce, meu filho”, se declarou.
“A todas mães LBT, todas as possibilidades de maternidades existentes no universo, todas que tem a maternidade como exercício diário de amor, desejo um feliz Dia das Mães “, finalizou.
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