Personalidade
Publicado em 16/11/2015, às 15h03 Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)
No mercado a partir de 27 de novembro, com distribuição da gravadora Biscoito Fino, Vinil Virtual tem capa inspirada na icônica foto de John Lennon e Yoko Ono para a edição número 335, de 22 de janeiro de 1981, da Rolling Stone EUA (em janeiro de 2011, a capa também estampou uma versão de colecionador da Rolling Stone Brasil, veja a imagem na galeria acima). O ensaio da publicação norte-americana foi realizado pela renomada Annie Leibovitz no dia em que Lennon foi assassinado. “O meu intuito com essa capa é me posicionar de uma forma bela. É usar essa imagem como uma expressão da minha vida, da minha arte, do meu amor. O amor é o grande elemento da transformação. Fiz uma capa linda que representa um manifesto feminista num momento em que as mulheres ainda precisam se afirmar. Através dessa capa, eu me conecto com John e Yoko em suas manifestações de paz e amor, contra qualquer tipo de violência. Cabe a nós, artistas, sermos os pacificadores, quebrando fronteiras e preconceitos”, explica a artista, que conheceu Yoko em 2014 em evento pela paz mundial realizado pela ONU, em entrevista exclusiva à Rolling Stone Brasil.
Aos 50 anos de idade, completados em julho passado, Daniela quebrou preconceitos em 3 de abril de 2013 quando postou uma foto com Malu Verçosa nas redes sociais e assumiu publicamente o relacionamento homoafetivo. "Malu agora é minha esposa, minha família, minha inspiração pra cantar", dizia a legenda da foto. A coragem de expor socialmente a relação com Malu mobilizou o Brasil, país onde há muitas cantoras homossexuais com posturas discretas sobre a própria sexualidade. A exposição do amor de Daniela chegou a ser pauta no Jornal Nacional daquele dia, rendeu entrevista no programa Fantástico e virou capa de duas das três principais revistas semanais do Brasil. De lá para cá, Daniela virou uma porta-voz da defesa das causas das minorias representadas pela sigla LGBT, que abarca lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros. Daniela e Malu são embaixadoras da campanha Livres & Iguais, da ONU.
“A luta LGBT não é diferente da luta dos negros, das mulheres e dos seres humanos que não se sentem devidamente respeitados e representados na nossa sociedade machista. Eu sou uma humanista, uma artista do mundo que dialoga com as minorias desse mundo. E a violência que vem do coração de algumas pessoas mais duras não é o que vai me deter”, avisa a “Iansã Guerreira”, conforme foi definida em um artigo de Nelson Motta, em 1992, quando Daniela explodiu com seu canto solar, trazendo axé para um Brasil na época dominado por sertanejos românticos e pagode sem raízes no samba.