Polícia
Publicado em 20/08/2018, às 16h06 Reprodução Caroline Gois
Gabriel Bispo dos Santos, de 22 anos, morador de um condomínio de classe alta no bairro da Paralela, em Salvador, confessou que matou o assessor parlamentar, Michel Sá, de 34 anos.
Michel foi encontrado morto na sexta-feira (17), com marcas de tiros pelo corpo, atrás do Shopping Paralela, momentos depois de ter encontrado Gabriel. "Ele confessou o crime. Disse que matou porque achou que Michel era estelionatário", afirmou ao BNews o advogado do acusado, Hudson Dantas.
Foto de Gabriel divulgada pela Polícia
De acordo com Dantas, Gabriel também foi vítima de um golpe e "depositou R$ 59.500 mil na conta que seria de Michel, quando na verdade os dois - ele e Michel - estavam sendo vítimas de um golpe". O advogado apresentou ao BNews os comprovantes do depósito no valor de R$ 59.500 mil na conta que seria de Michel e o documento de transferência do carro já no nome de Gabriel. De acordo com Hudson, o estelionatário usou a mesma história com os dois, se passando por primo de um e de outro. "O estelionatário que fez a intermediação entre os dois se passando por parente de ambos, só que ele contava a história sem que os dois se comunicassem, fazendo com que acreditassem na versão do suspeito", disse.
"Na verdade, uma terceira pessoa que a polícia já sabe quem é e tem até a foto, estava conversando com Gabriel e se passou por primo de Michel, fazendo com que Gabriel fizesse o pagamento", relatou ao site.
O depósito no valor de R$ 59.500 foi feito na conta de uma mulher identificada como Jessica da Silva Mattos, a pedido do suposto primo de Michel, que na verdade, era o estelionatário. Jessica também está sendo investigada pela Polícia. De acordo com o advogado, Jessica aparece também em outras duas investigações envolvendo crime de estelionato.
Extrato de pagamento na conta de Jessica, feito a pedido do estelionatário que se passou por primo de Michel
Questionado sobre o dia do crime, Hudson relatou que o jovem de 22 anos foi até lá achando que iria encontrar o estelionatário, até então o Michel, que afirmava não ter recebido dinheiro algum, vítima também de um golpe.
"Os dois tentaram acusar um ao outro e, até o pai de Gabriel foi ao shopping e convenceu os dois a irem até a delegacia prestarem queixa", contou, informando que o pai e o motorista do pai de Gabriel "já prestaram depoimento no sábado à Polícia. Ambos foram liberados, já que o delegado entendeu que eles não tinham envolvimento algum com o caso".
O advogado explicou ainda que, após receberem orientação para irem até a delegacia, eles saíram juntos no carro de Michel. "Não sei o que aconteceu dentro do carro. Eles podem ter se desentendido, um não estava acreditando no outro, mas estavam indo para a delegacia. Estes detalhes o Gabriel vai me contar aqui na delegacia", disse.
Documento de transferência do veículo
Gabriel revelou ao advogado que matou Michel e que três tiros constam no laudo da Polícia, mas que a arma do crime não pertencia a ele. "Gabriel afirma que a arma não é dele e ainda não sabemos de quem é. Gabriel só apareceu no sábado após o crime quando descobriu que matou um inocente", contou o advogado ao BNews. Com relação aos celulares comprados no cartão de Michel, o advogado não sabe dizer se naquele momento Michel já havia sido morto. "Não sei ainda se o Michel ficou amarrado enquanto Gabriel tentava recuperar o dinheiro que achava que o Michel tinha pego. Este detalhe ele também ainda passou", ressaltou.
O advogado explica que toda negociação começou após anúncio do veículo por meio do site de compras OLX e que Gabriel, "desde o ínicio etsava conversando com o suposto primo de Michel. Gabriel já trabalha com revenda de veículos e após perceber que estava sofrendo um golpe, achou que Michel fazia parte da quadrilha".
Gabriel teve a prisão temporária decretada por 30 dias. Ele irá se apresentar nesta segunda (20) na delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, onde de lá, seguirá para o presídio.
Michel foi enterrado no último sábado (19). Ele deixou um filho de 10 meses e a esposa.
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