Polícia

Imagens associadas a Lázaro não são do assassino e foram feitas em terreiro invadido pela polícia

Terreiros têm denunciado a ação truculenta da polícia durante a busca pelo assassino   |  Reprodução

Publicado em 19/06/2021, às 19h54   Reprodução   Redação Bnews

Desde que o baiano Lázaro Barbosa, 32 anos, conhecido como “serial killer do DF”, começou a ser procurado pela polícia, fotos de imagens religiosas ligadas às religiões de matriz africana passaram a ser compartilhadas nas redes sociais como sendo peças que o assassino usava em “rituais satânicos” durante a morte de suas vítimas. 

As imagens foram reproduzidas inclusive por veículos de comunicação que informaram que os policiais haviam encontrado os objetos na casa da mãe de Lázaro, e em alguns dos seus esconderijos. As fotos, no entanto, foram feitas na casa do pai de Santo André Vicente de Souza, 81 anos, morador da cidade de Águas Lindas, distante cerca de 50km de Brasília. 

A liderança religiosa afirma que não tem nenhuma ligação com o procurado e que policiais invadiram o seu terreiro, bateram em um caseiro e fotografaram o espaço enquanto perguntavam por Lázaro. Outros terreiros da região têm denunciado a ação truculenta da polícia durante a busca pelo assassino foragido há 11 dias.

Esclarecimento sobre Lázaro e "satanismo"

Fotos divulgadas por policiais e em alguns veículos como sendo da casa de Lázaro NÃO SÃO VERDADEIRAS. Polícias fotografaram um terreiro de Candomblé do Pai André, que aparece no vídeo. O terreiro NÃO TÊM NENHUMA LIGAÇÃO COM LÁZARO pic.twitter.com/9gY2wfFLlV

— Alan Rios (@alanriossr) June 19, 2021

O pai de santo denuncia que os policiais estiveram no terreiro duas vezes, a última na sexta-feira (18). “Na primeira vez que vieram, eles (policiais) bateram no meu caseiro e eu não estava em casa. Eles puxaram ele (caseiro) e bateram de novo, com cano de foice. Bateram nas coxas, nádegas, costelas, panturrilha. Ele está todo dolorido”, relatou o religioso ao Correio Braziliense.

O baiano é apontado como principal suspeito do assassinato de quatro pessoas da mesma família, em 9 de junho. Durante a sua fuga, ele fez outra família refém, invadiu fazendas e acertou de raspão um policial durante uma troca de tiros. Mais de 200 agentes tentam capturá-lo.

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