Polícia

Funcionária acusa hóspede do Gran Hotel Stella Maris de tentativa de estupro

Caso aconteceu na noite de sexta (2), dentro do quarto 418   |  

Publicado em 03/05/2014, às 14h48      Caroline Gois (twitter: @goiscarol)

 

A noite de sexta-feira (2) do Gran Hotel Stella Maris, em Salvador, foi marcada por uma grave denúncia que parte de uma funcionária, prestadora de serviço há três anos do estabelecimento. Com direito a supostas lesões corporais e presença da polícia na porta de um dos principais hotéis de luxo da capital baiana, a confusão do Gran Hotel já está registrada na 12ª 
delegacia.
 
A funcionária Claúdia Teles, de 36 anos, procurou a reportagem do Bocão News, na tarde deste sábado (3), para contar o que chamou de tentativa de estupro. Segundo ela, que disse nunca ter passado por isso antes, à noite - quando se dirigia para entregar água em um dos quartos - ela foi surpreendida pelo ataque de dois homens. "Eu estava prestando serviço de quarto nesta hora e fui chamada para levar quatro águas no quarto 418. Bati e ele (o hóspede) falou pra eu entrar. Quando cheguei perto do frigobar o cidadão pulou na minha frente nu e tentou me agarrar e me puxou pelo braço. Ficou esticando meu braço. Fiquei entre a porta do baheiro e o frigobar. Ele estava, provavelmnete, embriagado. Enquanto isso, um amigo dele já tinha tomado e assinado a comanda. Consegui saí de lá comuniquei a gerente de plantão e toda segurança", contou.



 
Segundo Cláudia, o caso foi informado também à segurança do evento que acontece no hotel, motivo pelo qual o hóspede está Salvador. Ainda de acordo com a funcionária, o acusado se identificou no hotel como sendo um médico ortopedista, "porém não me disseram o nome dele", ressaltou.
 
 
Cláudia presta serviço ao Gran Hotel de forma terceirizada através da empresa DTN - Prestação de Serviços Resorts e Hotelaria. A suposta vítima contou ainda que assim que comunicou à gerência chamou a polícia, que esteve no local. "Quando a polícia chegou me levou até o quarto dele (do hóspede). Mas, não me deixaram entrar. Eu ouvi eles  - o gerente do hotel e um responsável pelo evento pedindo com urgência uma passagem para o Rio e, logo depois, ele foi mudado de quarto. Foi para o 301", relatou a funcionária, sem citar os nomes dos envolvidos nesta conversa.
 
Por conta da suposta tentativa de estupro, Claúdia conta ainda que teve luxação no ombro direito e está tomando medicação para pressão alta, alegando ser hipertensa. A funcionária também prestou queixa na 12ª delegacia e fez hoje o exame de Corpo de Delito, no Instituto Médico Legal (IML).
A reportagem tentou, insistentemente, falar com algum responsável pelo Gran Hotel. O contato foi feito com o diretor geral e a diretora comercial do empreendimento. Ambos os celulares deram na caixa. Em seguida, a redação conseguiu falar com o telefone fixo do hotel e procurou o gerente. Por uma funcionária do atendimento, o Bocão News foi informado que o gerente geral de prenome Francis não se encontrava e que estará no hotel na segunda-feira (5). Ainda na tentativa de obter informações sobre o ocorrido, a reportagem buscou falar com a gerente de plantão, mas a mesma pediu para a atendente informar que apenas o Francis poderia falar com a imprensa. Também se buscou contato com o chefe de segurança, que também não falou com nossa equipe.
 
Por fim, a redação conseguiu falar com a produção do evento. Ao site, foi informado que ninguém saiu de lá preso, já que, não se constatou a tentativa de estupro. O hotel também informou, segundo a produção do evento, que Cláudia chamou a polícia sem antes aguardar um posicionamento do Gran Hotel Stela Maris. Ao chegar no local, a polícia averigou que as câmeras de segurança que ficam nos andares registraram a saída e entrada de Claúdia do quarto. Conforme a produção, o hotel contou que Claudia disse haver três homens no quarto, quando as câmeras registraram apenas dois. E, ainda segundo a produção, através das informações obtidas pelo hotel, o tempo de Cláudia dentro do quarto foi de apenas um minuto, o que, para a polícia, não seria suficiente para haver uma tentativa de estupro e sim, para apenas ela entregar a bandeja e o hóspede assinar a comanda. A produção da festa - que realiza uma rave com duração de quatro dias e que termina neste domingo (5) - afirmou que o evento aconteceu normalmente. A produção garante que caso seja constatado algum tipo de crime ou se isto fosse confirmado na noite de ontem, a prisão do hóspede seria solicitada. 
 
 
Ontem, após a ocorrência, ninguém foi preso. Hoje, Cláudia se dirigiu até o 5º Centro, onde buscou atendimento para a dor no ombro. Lá, ela apresentou os documentos que comprovam a queixa registrada, bem como, o exame de Corpo de Delito. O advogado de Cládia, Revardiere Assunção, em conversa com o Bocão News, afirmou que a suposta vítima irá também na Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM), no bairro de Brotas. "A 12ª já expediu a guia de lesão para que eu possa entrar com uma ação criminal contra o hóspede e com uma ação indenizatória contra o hotel", revelou.
 
De acordo com Claúdia, o Gran Hotel não prestou assistência necessária e agora ela quer Justiça. "Ele tentou me estuprar", garante.

Classificação Indicativa: Livre


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