Escândalo do Pix: Saiba detalhes de como rifeiro atuava em esquema

O titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Estelionato por Meio Eletrônico (DreofCiber), Charles Leão, confirmou um forte envolvimento de um rifeiro no caso do 'esquema do Pix'.

De acordo com o delegado, um dos jornalistas envolvidos no caso costumava dizer que o rifeiro estava realizando doações para pessoas que pediam por ajuda nas reportagens.

"Ele tinha reportagens de apelo e esse mesmo jornalista afirmava 'fulano está fazendo doação', e ele sempre citava quatro ou cinco pessoas, inclusive esse rifeiro", explica Leão.

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Com isso, o rifeiro tinha seu nome citado como um dos constantes doadores de dinheiro para quem fazia pedidos nas reportagens, no entanto, não havia qualquer doação por parte do rapaz.

"O que se percebeu: aquela afirmação era falsa, não havia doação alguma para a pessoa que estava precisando. Passava-se uma imagem de que aquela pessoa estava fazendo uma doação, mas não tinha doação nenhuma", explicou.

O delegado também revelou que os indiciados, o ex-repórter Marcelo Castro e o ex-editor Jamerson Oliveira, confirmaram a ação e alegaram saber que era algo "anti-ético", mas legal.

"Os indiciados informaram que sabiam que era anti-ético, mas que não era ilegal. Então confirmaram que mentiram durante as reportagens. Para mim, tem fortes indícios de crime, porque você dizer que uma pessoa fez doação sem fazer... O rifeiro traz vários comprovantes bancários que indicam que esses jornalistas recebiam, nas suas contas correntes, valores de R$ 200, 300, 500, 2.000 reais", revelou o delegado.

No interrogatório, a dupla afirmou que o dinheiro recebido seria de 'merchans', no entanto, a Record TV Itapoan foi ouvida e informou que o ato estava "em desconformidade com a política interna da empresa" e que isso "não poderia acontecer".

"Eu chamei esses doadores que sempre apareciam nas reportagems. Eu [perguntei] 'você fez doação?','fiz', 'para quem?', 'para os jornalistas'", conta Leão sobre diálogo com os falsos doadores.

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