Política

Crise nos municípios baianos pode mudar rumos das eleições em 2016

Publicado em 21/09/2015, às 12h01   Gilberto Jr.   Juliana Nobre (Twitter: @julianafrnobre)

A crise financeira com a falta de repasse de recursos aos municípios baianos pode mudar o rumo das eleições em 2016. Além de não conseguirem realizar o trabalho nos municípios, os prefeitos enfrentarão poucos recursos para fazerem campanha, além das mudanças causadas pela reforma política. Ao menos, três prefeitos que conversaram com a reportagem do Bocão News, já se colocam fora da disputa eleitoral por conta da falta de recursos.

Prefeitos de Ichu, Bom Jesus da Serra e Jequié já se declaram fora da disputa

Em Ichu, o prefeito Antônio George (PSC), não tentará a reeleição. “Entrei na prefeitura para tentar mudar a realidade do meu município e apesar de conseguir algumas coisas sinto que não poderei fazer muito. Isso prejudica a credibilidade do prefeito, do município. Essa crise me deixa angustiado e não tenho perspectivas de me reeleger”, revelou. Segundo ele, o município de Ichu vive apenas com o repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), o que não é suficiente para garantir as ações do município. “Se a receita cai, a população diz que o prefeito não está fazendo nada porque está comendo o dinheiro. Então assim fica muito difícil continuar”, lamentou.

O prefeito de Bom Jesus da Serra, Welton Andrade (PSD), também alimenta a dúvida de ir para a reeleição. Para ele, na hora da decisão, não pesará apenas a questão política. “Apesar de termos nos saído bem no processo eleitoral, nos alimenta a vontade de ir para a reeleição, mas ao mesmo tempo ficamos temerosos pela dificuldade de gerir. A receita vem reduzindo e as despesas aumentando. Chega ao ponto da insustentabilidade”, declarou.

Quem também já desistiu da candidatura à reeleição é a prefeita de Jeqiué, Tânia Brito (PP). A gestora apontou que as dificuldades financeiras do município e a pressão da população, fez com que desistisse do pleito em 2016. Contudo, a desistência da pepista passa por irregularidades na gestão e o alto índice de rejeição.  

Embora afirmem que a falta de recursos atinja as candidaturas, os gestores ainda lidarão com o descrédito da população diante da crise política. E ainda mais, a reforma política fará com que os postulantes criem manobras para se garantirem no poder. Com pouco dinheiro nos cofres públicos dos municípios, os partidos maiores se beneficiarão do fundo partidário, o que não deverá ocorrer com os nanicos.

Publicada originalmente às 16h do dia 20 de setembro

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