O ex-presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, questionou, em artigo publicado no blog Diálogo Petroleiro, as medidas apresentadas pelo atual comandante da estatal, Aldemir Bendine.
Bendine, que assumiu a Petrobras em fevereiro deste ano, quer vender parte do patrimônio da estatal a fim de arrecadar um valor na ordem de 47 bilhões de dólares.
Só que diante do difícil cenário econômico que atravessa alguns países com a queda repentina do preço do petróleo, Gabrielli se mostra descrente com esta venda. “Nestas circunstâncias internacionais, como é que a Petrobras vai conseguir vender ativos de 15 bilhões de dólares até 2016 e mais 32 bilhões até 2019?”, questiona o ex-presidente. “A situação não está fácil para os vendedores”, observa.
Ainda no artigo, Gabrielli destaca que não só a estatal brasileira quer vender seus ativos, mas outras empresas no mundo. “A Rosneft da Rússia quer trocá-los por outros melhor situados na Europa. O Irã coloca muitas novas áreas exploratórias para as internacionais e alguns fundos soberanos, como o do Cazaquistão, estão em programas de vendas de ativos da área de petróleo e gás”, escreveu.
“A Chevron anunciou um plano de desinvestir 15 bilhões de dólares até 2017, vendendo ativos de E&P na América do Norte, Europa e África, além de se desfazer de muitas licenças exploratórias na Austrália. Exxon e Statoil, apesar de não anunciarem metas de desinvestimento para os próximos anos, têm sido muito ativas na oferta de ativos ao mercado”, acrescentou.
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