O presidente Michel Temer chamou o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, para que ele compareça ao Planalto e explique suas declarações sobre a Operação Lava Jato um dia antes da fase que culminou com a prisão do ex-ministro do PT, Antonio Palocci, de acordo com informações divulgadas pelo Estadão. As declarações, reveladas no domingo (26), foram dadas pelo ministro em uma agenda eleitoral em Ribeirão Preto.
Segundo o jornall, Temer também chamará outros ministros que têm dado declarações polêmicas para pedir mais cuidado nas suas exposições. Por meio de sua assessoria, o ministro da Justiça afirmou que só virá para Brasília na terça-feira, 27, de manhã. A pasta não confirma a convocação do ex-secretário de Segurança do governo paulista de Geraldo Alckmin (PSDB).
Além de Temer, os deputados do PT Paulo Teixeira (SP) e Paulo Pimenta (RS) protocolaram pedido de convocação do ministro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
A publicação afirma também que de acordo com interlocutores do presidente, “pegou muito mal” a declaração de Moraes por diversas razões. Além de trazer para “o colo do governo” um suposto vazamento da operação, a fala de Moraes amplia a crise de comunicação já existente. Na conversa, Temer pedirá mais cuidado, cobrará explicações e também alertará o ministro de que é preciso ter cautela em participação em campanhas eleitorais. “Ele falar demais em campanha é outro fator complicador e o presidente fará recomendações neste sentido”, disse uma fonte.
O fato de envolver a Lava Jato, segundo interlocutores, deixa Temer em uma situação ainda mais delicada já que o governo tem sido acusado de usar politicamente a operação. “Isso desagradou ainda mais ao presidente”, disse um interlocutor.
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