Política
Publicado em 01/12/2016, às 14h12 Agif / Folhapress Folhapress
Após intervenção do senador petista, Moro disse que estava "claro que se está afirmando que eu cometi abuso de autoridade e devo ser punido".
Na tribuna, Lindbergh havia citado a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em março deste ano, para depor na Operação Aletheia, 24ª fase da Lava Jato, e a divulgação, naquele mesmo mês, de áudios com gravações telefônicas entre Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff como exemplos de abusos.
"Parece claro que há uma intenção clara de que a lei de abuso de autoridade criminalize o abuso de autoridade. A questão que tem que ser colocada é: essa é a intenção do projeto ou não?", questionou Moro.
Lindbergh pediu a palavra para responder ao juiz e, em meio à discussão, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), interferiu. Disse que era um "debate" e, portanto, o petista teria o direito de replicar.
Lindbergh rebateu o juiz e afirmou que queria apenas dizer que "ninguém está acima da lei". "Nem o juiz, nem o senador, nem ninguém".
"O juiz Sergio Moro tem que conduzir as investigações, mas respeitando a lei", disse Lindbergh, citando mais uma vez "prisões preventivas abusivas" e "interceptações telefônicas ilegais" como exemplo.
"Sei que Vossa Excelência é uma figura muito importante, mas não está acima da lei", completou o petista.
Em sua tréplica, Moro afirmou que nunca teve a pretensão de estar acima da lei, mas sim de "cumprir a lei".