Política
Publicado em 16/11/2018, às 07h16 Reprodução Redação BNews
O Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) informou nesta quinta-feira (15) ter sido avisado pela embaixada de Cuba que todos os médicos cubanos deixarão o Brasil até o fim do ano. Nesta quarta (14), o presidente eleito Jair Bolsonaro informou que o governo cubano decidiu deixar o programa Mais Médicos por não concordar com testes de capacidade.
De acordo com o site G1, o Ministério de Saúde Pública de Cuba, contudo, informou ter tomado a decisão em razão de "declarações ameaçadoras e depreciativas" de Bolsonaro. Em agosto, ainda em campanha, Bolsonaro declarou que "expulsaria" os médicos cubanos do Brasil, por exemplo.
"Entre os 1.575 Municípios que possuem somente médico cubano do programa, 80% possuem menos de 20 mil habitantes. Dessa forma, a saída desses médicos sem a garantia de outros profissionais pode gerar a desassistência básica de saúde a mais de 28 milhões de pessoas", acrescentou a entidade.
Ainda na nota divulgada nesta quinta, a Confederação Nacional dos Municípios afirmou que a situação é de "extrema preocupação" e exige a superação "em curto prazo".
Decisão 'hostil'
Numa entrevista concedida à GloboNews nesta quinta-feira, em São Paulo, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, disse avaliar que a decisão do governo cubano é "ruim" e "hostil".
"Eu acho ruim [a saída], porque isso foi uma política que permitiu o atendimento para pessoas que não teriam acesso de outra forma, são 8 mil médicos. Mas nós vamos resolver essa questão de outra forma, o Ministério da Saúde está tomando já providências para suprir essa ausência", afirmou Aloysio Nunes à GloboNews.
"É uma decisão que o governo cubano já tomou, acho uma decisão hostil, sem cabimento", acrescentou.
Cuba enviava profissionais ao Brasil desde 2013. No Mais Médicos, pouco mais da metade dos profissionais – 8,47 mil dos mais de 16 mil profissionais – vieram de Cuba, segundo dados obtidos pelo G1.