Política
Publicado em 20/11/2018, às 16h06 Luis Macedo/Câmara dos Deputados Redação BNews
O futuro ministro da Saúde, deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), cutucou o Partido dos Trabalhadores nesta terça-feira (20), logo após ser anunciado por Bolsonaro como comandante da pasta. Para ele, o acordo que permitiu a participação dos cubanos no Mais Médicos parecia mais um convênio entre Cuba e o PT.
"Esse era um dos riscos de se fazer um convênio e terceirizando uma mão de obra tão essencial. Os critérios, à época, me parecem que eram muito mais um convênio entre Cuba e o PT, e não entre Cuba e o Brasil, porque não houve uma tratativa bilateral, mas, sim, uma ruptura unilateral", criticou Mandetta, se referindo ao anúncio do governo cubano sobre a retirada de seus profissionais do Mais Médicos.
Em um comunicado divulgado na semana passada, Cuba alegou "referências diretas, depreciativas e ameaçadoras" feitas por Bolsonaro sobre a presença dos médicos cubanos no Brasil. "Era um risco que a gente já alertava no início. Nós precisamos de políticas que sejam sustentáveis. As improvisações em saúde costumam terminar mal e essa não foi diferente das outras", acrescentou o novo ministro.
Mandetta confirmou que se juntará ao atual governo para decidir os rumos do Mais Médicos. Ele deve se reunir com o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, para analisar os impactos e sugestões para lidar com a saída dos cubanos do programa.
O futuro ministro contou que, para garantir o atendimento médico em localidades mais distantes que recebem profissionais do Mais Médicos, uma opção é aprovar uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que cria a carreira de Estado de médico. "É uma das maneiras que os países têm de fazer uma proposta para essas pessoas poderem ir para os locais de difícil provimento", revelou.