Política

Manobra de Doria para unir PSDB em torno de seu nome abre crise no partido

Proposta para que tucano assuma presidência da sigla foi criticada em jantar realizado na noite da última segunda (8)  |  Reprodução/GOVESP

Publicado em 09/02/2021, às 14h17   Reprodução/GOVESP   Redação BNews

A iniciativa do governador de São Paulo, João Doria, de tentar enquadrar o  PSDB em torno de seu projeto presidencial para 2022 abriu uma crise na legenda.  

Anteriormente, o jornal Folha de São Paulo havia noticiado que o tucano ofereceria um jantar à cúpula do PSDB na noite da última segunda-feira (8), no Palácio dos Bandeirantes, para propor expurgar o grupo deputado federal Aécio Neves e absorver dissidentes do DEM ligados ao ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

Nesta terça-feira (9), o periódico publicou que a ocasião foi marcada pela tensão entre Doria e integrantes da cúpula do partido. Aliados do governador - como o presidente do PSDB paulista Marco Vinholi e o presidente da Assembleia Legislativa, Cauê Macris - apresentaram um plano para que Doria assumisse a presidência da sigla em maio. 

Assim , poderia controlar o partido no ano que antecede a campanha eleitoral, inclusive a divisão de verbas para candidaturas estaduais. O ex-chanceler Aloysio Nunes Ferreira, que representava a velha guarda do partido no encontro, ponderou que Doria caminharia para uma derrota certa se insistisse no plano.

De acordo com a publicação, o jantar foi finalizado por volta da 1h e motivou a organização - por meio de grupos de WhatsApp - de uma viagem de deputados do PSDB ao Rio Grande do Sul, com a intenção de pedir que Eduardo Leite, governador tucano do estado, se assuma como postulante à Presidência.

Seu nome é sempre citado nesse tipo de articulação e conta com a simpatia do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do prefeito de São Paulo, Bruno Covas. Aliados de Doria creem que o movimento pode ser bom para o tucano, pois forçaria a comparação de densidades eleitorais.

Um interlocutor de Covas, contudo, avalia que o movimento do governador pode ter garantido a realização de prévias dentro do PSDB —ou até aberto o caminho para que ele deixe a sigla, algo que seu grupo descarta agora. 

Já um aliado de Doria, também escutado pela Folha, amenizou a situação, afirmando que o peso natural do cargo e sua projeção nacional como principal antagonista de Bolsonaro na condução da crise da pandemia farão a sigla repensar o plano, e que o jantar era apenas um começo de conversa.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não compareceu ao encontro mas marcou uma reunião com Doria na próxima quinta-feira (11).​

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