A bancada do PT na Assembleia Legislativa decidiu não entrar no jogo do presidente Marcelo Nilo (PDT) e adotou uma postura prudente no tratamento das discussões sobre a eleição para a Mesa Diretora da Casa que acontece em fevereiro de 2013.
O líder da bancada petista no Palácio Luís Eduardo Magalhães, Yulo Oiticica, em contato com a reportagem do Bocão News, afirmou que os parlamentares da legenda entendem que é preciso construir uma candidatura à presidência da base de sustentação do governo Jaques Wagner, mas que ainda não é o momento para intensificar esta discussão.
“Ele (Nilo) se antecipou. Entendemos que a candidatura dele é legitima, mas o PT tem em sua tradição a defesa pelo rodízio. Isto é bom para a democracia”, declarou. Yulo destaca ainda que é preciso azeitar e dinamizar as ações no parlamento, bem como, ampliar os debates com os movimentos sociais.
Presente na breve sessão desta quarta-feira na Assembleia, a reportagem do Bocão News ouviu dos diversos quadros petistas o mesmo mantra. “É preciso ter alternância. Nilo tem legitimidade. Precisamos de uma candidatura da base. Ninguém é candidato de si mesmo e Wagner vai participar das discussões”.
Os nomes petistas postos na condição de “pré-candidatos” são os de J. Carlos, Rosemberg Pinto e o do próprio Yulo. Rosemberg, que já havia se manifestado contrário à reeleição desde o início da atual legislatura em 2011, também entende que houve precipitação por parte de Nilo.
PSD
O partido do vice-governador Otto Alencar, o PSD, tem a segunda maior bancada da Casa, são 12, (o PT tem 14) e também iniciou as conversas para decidir qual será o posicionamento oficial. A ideia dos representantes da sigla é construir um consenso.
Embora Otto seja o líder do partido e tenha declarado que a legenda não teria candidato à presidência, nomes como o de Alan Sanches, que presidiu a Câmara Municipal de Salvador, e de Gildásio Penedo, (candidato à vaga no Tribunal de Contas do Estado) estão presentes em qualquer lista de pré-candidatos.
Líder da bancada, Penedo, acha natural que o cenário esteja sendo mapeado, mas compartilha da opinião dos petistas de que a discussão é prematura. Já Alan Sanches, assim como Rosemberg, declarou ser contrário à reeleição “ininterrupta”.
Lista
Parlamentares consultados por este site também acreditam que é inegável o desgaste de Marcelo Nilo. Em seu terceiro mandato, o presidente agradou e desagradou muita gente e os incômodos podem ser balizados por uma lista, espécie de abaixo-assinado, que vem circulando pelas mãos de Capitão Tadeu (PSB).
O documento é uma manifestação de apoio à candidatura de Marcelo Nilo. De acordo com o socialista, cerca de oito deputados assinaram. Outro parlamentar que revelou a existência do abaixo-assinado garante que apenas cinco rubricas constavam. De um modo ou outro, ao que parece, os ventos estão mudando na Assembleia.
Conjuntura
Outra leitura compartilhada pelos membros da base, incluindo o líder petista, é de que não existe possibilidade de a presidência da Assembleia Legislativa ser tirada de um contexto em que se coloca também a vaga do Tribunal de Contas do Estado (TSE), uma mini-reforma no secretariado do governo do estado e a eleição de 2014.
Nas palavras de um deputado que preferiu ter o nome preservado: muita água ainda vai passar por debaixo da ponte.
Postada às 20h08 do dia 07
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