Política

Para Arthur Maia, PMDB deveria ficar de fora da administração de Neto

Deputado afirma que foi informado e não consultado pelo diretório do PMDB   |  

Publicado em 15/01/2013, às 09h55      Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)


 

Cabo eleitoral de Sandro Mabel na disputa pela liderança do PMDB na Câmara Federal, o deputado Arthur Maia demonstrou independência em relação ao Diretório Estadual da sigla na Bahia comandado pelos irmãos Geddel e Lúcio Vieira Lima há algum tempo.

Em conversa com os jornalistas, no almoço oferecido para pavimentar a candidatura de Mabel, nesta segunda-feira, Arthur Maia afirmou que acredita ser necessária uma renovação no partido.

“A renovação é sempre positiva. A alternância de pessoas é sempre positiva. O cara fica lá muito tempo e pode se acomodar. O PMDB realizou agora as convenções municipais, mas não realizou a estadual. Houve uma prorrogação do mandato. Espero que quando acontecer a convenção, a gente tenha uma possibilidade de debater mais o partido”.

Maia discordou dos líderes peemedebistas que indicaram nomes na administração do prefeito ACM Neto. “O partido indicou alguns quadros para compor a administração municipal. Eu fui informado disso, mas não fui convidado a emitir minha opinião, que seria de não apresentar nenhum nome para administração municipal. Existem divergências como em qualquer outro partido”.

De acordo com o parlamentar, não houve convite para participar da Executiva estadual da sigla. “Eu não faço parte da Executiva na Bahia. Não fui convidado a fazer parte da Executiva. Naturalmente, que participo das reuniões e tenho a melhor relação com Lúcio e com Geddel Vieira Lima. Obviamente, que o partido tem algumas posições que eu concordo e outras que não concordo”.

Para Maia, o momento é de o partido colocar o “bloco na rua” e para isso é preciso ter independência. “O melhor caminho para o PMDB agora, em minha opinião, era não ter cargo no governo do estado e nem na prefeitura de Salvador. Devemos é colocar nosso bloco na rua. Fazer encontros regionais, levar o nome de Geddel e reavivar o partido no interior do estado”.

Ele explica que ao indicar nome para administração de Neto, o PMDB se coloca no campo da oposição ao governo de modo a fechar as portas para uma possível aliança futura. “Nós temos, daqui a dois anos, uma eleição de governador. Dentro deste projeto o PMDB tem três opções: uma candidatura própria, uma candidatura no campo da oposição ou uma composição com o governo do estado. Eu não descarto uma composição com o governo do estado”.

A costura não passaria por um retorno à administração de Wagner. Segundo o deputado, a candidatura ainda não foi definida, portanto, o PMDB tem toda a condição de abrir o diálogo com o futuro candidato do PT ou do campo governista.

“Se não vai. Se o partido quer ter uma candidatura própria e eu acho isso (candidatura própria) interessante, o nome é Geddel. Mas se queremos lançar essa candidatura, não podemos nos vincular a quem já está na oposição. Acho que na medida em que o partido indica secretários na gestão de oposição toma lado antecipadamente. Essa é minha avaliação pessoal, não fui convidado para opinar, mas sendo uma questão do meu partido, me sinto no direito de emitir opinião”.

Câmara

Arthur Maia declarou apoio a Mabel por algumas razões
. De acordo com ele, o deputado por Goiás reúne as qualidades para manter uma postura independente com relação ao governo, mesmo sendo de uma bancada de apoio e sustentação à presidente da República.

“Sandro não é um líder que vai dizer amém ao governo ou apoiar incondicionalmente. Ele tem um lado. É vinculado, tendo construído sua história na iniciativa privada”.

Ele argumenta que as recentes posturas adotadas por Eduardo Cunha o inquietam. “Eduardo é carioca. A bancada do PMDB nesta questão dos royalties teria dez parlamentares contra a distribuição e o restante favorável. O Eduardo está incondicional. Eu fico com receio do que estas posturas mais contundentes poderão significar na relação com o governo”.


Nota originalmente postada às 18h do dia 14

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