Política

Com ajuda de mecanismos como as ‘emendas Pix’, cidades pequenas gastam milhões em shows

Em determinados casos, a festança ainda ocorre com a ajuda das ‘emendas pix’ que saem de Brasília  |  Divulgação/Redes Socais

Publicado em 06/06/2022, às 11h05   Divulgação/Redes Socais   Redação / BNews

A repercussão de fatos como o da Festa da Banana, em Teolândia (BA), que foi cancelada após do Ministério Público por causa dos gastos com as atrações, coloca em destaque o alto recurso que cidades de pequeno porte destina para os cachês de artistas. Neste cenário, a maioria são cantores sertanejos. Mesmo com o desafio da garantia de infraestrutura básica para a população, os municípios têm destinado milhões para os festejos. Em determinados casos, a festança ainda ocorre com a ajuda das ‘emendas pix’ que saem de Brasília.

Em Teolândia, a prefeita Maria Baitinga de Santana (PP), conhecida como Rosa, planejava desembolsar R$ 704 mil por uma apresentação de 1h30 do cantor Gusttavo Lima. O evento iria até o dia 13 de junho. E a gestora municipal justificou o valor pelo ‘sonho’ de conhecer o sertanejo. No último domingo (5), no entanto, após recente decisão da Justiça, ela precisou se contentar com a partida do ônibus do artista da cidade, que tem cerca de  12.798 habitantes, segundo o IBGE.

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E casos como esse não estão isolados no Nordeste, na cidade de Mar Vermelho (AL), localizada a 110 km de Maceió, está entre os cem municípios de menor renda no Brasil. A falta de saneamento está presente em apenas 14,9% das casas e só 24% das moradias estão em ruas urbanizadas. No entanto, o prefeito André Almeida (MDB), gastou R$ 370 mil com Luan Santana. O show está previsto para agosto, dois meses das eleições.

Os gastos por cidades pequenas no país superam os $ 14,5 milhões com cachês de Gusttavo Lima, Zé Neto e Cristiano, Wesley Safadão, Luan Santana e Leonardo em 48 cidades, segundo levantamento do Estadão divulgado nesta segunda-feira (6). Os artistas foram contratados por prefeituras para fazer shows em locais com menos de 50 mil habitantes.

As festas ainda ocorrem com a contribuição de Brasília, através das chamadas ‘emendas pix’, onde o dinheiro cai direto na conta da prefeitura e os vereadores não sabem ao certo quanto será gasto com os shows. E dos 48 shows bancados com verba pública, o levantamento conseguiu rastrear os cachês em 35 deles.

A falta de transparência está presente em cidades baianas como Conceição do Jacuípe, com 33,6 mil habitantes e Itiruçu, com 12 mil habitantes. No Portal da Transparência, não há informações sobre os shows e recursos destinados.

 

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