Política

Governo Lula: Decisão editorial da Agência Brasil irrita bolsonaristas; saiba detalhes

Agência Brasil passou a ser presidida por desafeto da gestão Bolsonaro  |  Foto: Coacci

Publicado em 24/01/2023, às 07h13   Foto: Coacci   Cadastrado por Vinícius Dias

 

Uma decisão editorial da Agência Brasil irritou apoiadores e correligionários do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Vinculada à Empresa Brasil de Comunicação, atualmente presidida por um desafeto da época da gestão Bolsonarista, a Agência Brasil é uma produtora de notícias estatais.

Em reportagem sobre um encontro entre novos mandatários LGBTQIAP+, a produtora se referiu ao grupo como "parlamentares eleites", substituindo o artigo masculino do adjetivo.

O título da reportagem “Parlamentares eleites reúnem-se pela primeira vez em Brasília” viralizou e recebeu comentários irônicos de nomes conservadores como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente.

"Não há nada inocente nisso. Alguns podem achar bobeira, mas a linguagem é uma forma de domínio", iniciou Eduardo Bolsonaro.

"Através dela, se transforma bandido em suspeito ou vítima da sociedade, roubo em expropriação, impeachment em golpe, manifestante em terrorista, conservadorismo em fascismo, invasão em ocupação, aborto em direito da mulher, violência em revolução. Reescreve-se a história", completa.

Outros nomes do Bolsonarismo 'pegaram ar' com o eleites. Casos de Cabo Junior Amaral (PL-MG), Carlos Jordy (PL-RJ) e Anderson Moraes (PL-RJ).

Fora da política, o humorista Danilo Gentili também fez ironia da decisão editorial. "Eu acho curioso que os mesmos que agora escrevem ELEITES eram os mesmos que escreviam PRESIDENTA uns anos atrás", escreveu no Twitter sob a justificativa de que a linguagem neutra trataria-se de um erro de português e não de um movimento de identificação.

Eu acho curioso que os mesmos que agora escrevem ELEITES eram os mesmos que escreviam PRESIDENTA uns anos atrás

¯\_(ツ)_/¯ pic.twitter.com/SEZdkCmMVW

— Danilo Gentili (@DaniloGentili) January 23, 2023

 

A variação da norma gramatical é usada por grupos de pessoas agênero (que não se identificam com nenhum gênero) e não binárias (que não se identificam só com o gênero masculino nem só com o feminino). Ela consiste no uso da letra “e” em substantivos, em vez de “a” ou “o”, e dos pronomes “elu”, “delu”, “ile” e “dile”.

A Agência Brasil se manifestou sobre o caso, que nasceu em um encontro que teve participação de nomes como Erika Hilton (Psol-SP) e Duda Salabert (PDT-MG).

 

De acordo com a reportagem da Agência Brasil, a linguagem neutra foi usada no texto por um pedido de Carolina Iara (PSOL-SP), parlamentar estadual intersexo.

“A pedido das parlamentares eleites, a repórter utilizou o gênero neutro nas construções das frases”, diz o desfecho da publicação.

O governo Lula já utilizou da linguagem neutra em outras oportunidades, como na posse de ministras e ministros da Fazenda (Fernando Haddad); de Direitos Humanos e da Cidadania (Silvio Humberto); da Cultura (Margareth Menezes); da Mulher (Cidinha Gonçalves), e das secretarias Geral da Presidência (Márcio Macêdo) e de Relações Institucionais (Alexandre Padilha).

LGBTQIA+ ELEITES 🏳️‍🌈🏳️‍⚧️👇🏾

Uma honra participar, nesse fim de semana de muita construção, do 1o Encontro de LGBT+ Eleites, realizado pela @voteLGBT

Que cresçamos cada vez mais e nossas vitórias se concretizem em políticas públicas para o bem das pessoas LGBTQIA+ e de todes. pic.twitter.com/nV5H5fggT4

— ERIKA HILTON 🚩 🇧🇷 (@ErikakHilton) January 21, 2023

 

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