Política

Ministro da Fazenda, Haddad afirma que há espaço para início do ciclo de corte da taxa juros

Para Haddad, o debate sobre redução não afeta autonomia do Banco Central  |  Lula Marques/ Agência Brasil

Publicado em 17/05/2023, às 14h56   Lula Marques/ Agência Brasil   Bernardo Rego

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (17), que há espaço para começar o ciclo de cortes na taxa de juros. O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve, no início de maio, pela sexta vez consecutiva, a taxa Selic, em 13,75% ao ano. As informações são da Agência Brasil.


"Um outro gasto muito importante em respeito ao Orçamento federal em relação à dívida são as taxas reais de juros. Também pouco se olha para isso. Este ano, a estimativa de gasto real com juros é da ordem de R$ 740 bilhões. E vejam que curiosidade: o gasto injustificado alimenta o juro real porque é o desequilíbrio das contas públicas promovido pelo gasto tributário que faz com que o Banco Central suba o juro por insustentabilidade da trajetória da dívida pública", disse Haddad em audiência pública na Câmara dos Deputados.


Segundo o ministro, o debate sobre a redução dos juros não afeta a autoridade e autonomia do Banco Central, responsável por estabelecer o percentual adotado. "Não estamos questionando a autoridade monetária, do ponto de vista do seu poder. Estou ponderando o que é melhor para o Brasil. Com as medidas tomadas até aqui, sim, haveria espaço para um gesto de mais confiança na economia brasileira, sem que houvesse qualquer percalço na inflação", argumentou.


Na audiência, Haddad disse acreditar que, após décadas de análise entre os parlamentares, a reforma tributária já pode ser votada na Câmara dos Deputados a partir de junho. Segundo o ministro, a nova legislação será progressiva mesmo em relação aos impostos sobre consumo.


"A reforma tributária em relação ao imposto sobre consumo, ela é progressiva por duas razões: uma porque vai ter uma alíquota menor sobre os bens adquiridos pelos trabalhadores, por quem tem renda menor. E a segunda é que poderá ter uma autorização para fazer o cashback, devolver os tributos cobrados sobre os produtos que imaginar, [como] cesta básica", pontuou.

 

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