Salvador
Publicado em 13/03/2018, às 14h29 Gilberto Júnior/BNews Redação BNews
O período chuvoso e o desabamento ocorrido em Pituaçu representam um pesadelo vivenciado por milhares de famílias que habitam áreas de risco na capital baiana. O caso do Alto do São João remete ao registrado em 2015, quando quatro regiões da cidade somaram 21 mortes em tragédias decorrentes das chuvas: Barro Branco, no bairro de San Martin; Marotinho, em Bom Juá; região da Nilo Peçanha, na Liberdade; e Ladeira da Preguiça, ligação entre o Comércio e a Cidade Alta.
Já no dia 10 de maio do mesmo ano, uma nova tragédia causou a morte de um idoso de 64 anos e outras três pessoas da mesma família, na Rua Nilo Peçanha, no bairro da Liberdade. No dia seguinte, um casarão desabou na Ladeira da Preguiça, ligação entre as Cidades Baixa e Alta. Na ocasião, uma das paredes do imóvel caiu sobre duas casas. Em uma delas, dois irmãos dormiam - um deles sofreu ferimentos leves e sobreviveu; outro morreu após ficar debaixo dos escombros.
Nove dias depois, uma pessoa morreu e outra ficou ferida após o deslizamento de terra em uma encosta próxima ao Elevador Lacerda. Seis casarões históricos foram atingidos e um ficou completamente destruído.
Histórico:
Em 2015, a Folha de São Paulo fez um levantamento que mostra que é rotina os casos de deslizamentos por conta dos temporais nos últimos 50 anos em Salvador.
Em abril de 1971, a tragédia deixou mais de cem mortos e 500 feridos após deslizamentos de terra em vários bairros. No mesmo mês em 1984, dez pessoas morreram nos bairros da Cidade Nova e São Caetano. Já em maio de 1989, as chuvas provocam um saldo de mais de 60 mortos e em março de 1992, um deslizamento de terra deixou 30 mortos no Lobato.
Em maio de 1995, deslizamentos deixaram 47 mortos em Vila Canária, Bom Juá e São Gonçalo do Retiro e em abril de 1996, o saldo foi de 28 mortos. Já em março de 1997, os deslizamentos fizeram nove vítimas e, em maio de 1999, 14 pessoas morreram no subúrbio ferroviário.
Ainda de acordo com a Folha de São Paulo, em maio de 2009, após fortes chuvas, um imóvel no bairro de Pirajá desabou e matou três pessoas e, um mês antes, um bebê foi soterrado no bairro da Gamboa.