Salvador
Publicado em 22/05/2018, às 11h15 Reprodução Redação BNews
Na manhã desta terça-feira (22), acontece mais uma rodada de negociação da campanha salarial entre empresários e rodoviários. Em meio às reuniões, o sindicato, liderado por Hélio Ferreira, ganhou o apoio da Associação dos Funcionários do Grupo Gevan (Asfungg Plataforma), formada por motoristas e cobradores de um dos grupos do consórcio.
"Temos confiança em nosso presidente e eu espero muito que Deus abençoe os pensamentos dele, que direcione para que resolva essa questão que está muito complicada devido às situações no geral que o sistema está passando, mas que seja um dissídio proveitoso para o trabalhador. Não vamos com fábulas e conto de fadas, vamos com a realidade, que é aumento de salário e manutenção nos postos dos cobradores", declarou o presidente da associação, José Francisco, em vídeo compartilhada na página oficial do Facebook.
Apesar do apoio, os integrantes da Asfungg discordam de algumas exigências do sindicato na negociação, como o pagamento da renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) dos motoristas e a vacinação dos rodoviários. "Acho que o profissional tem obrigação de cuidar da sua ferramenta de trabalho. Quando o sindicato coloca essa questão ele está aniquilando as outras necessidades. Já a questão da vacina, a vacina está no posto. Se eu quiser tomar eu vou lá e tomo", declarou o presidente em contato com a reportagem do BNews.
Mas, além das exigências que constam na pauta da campanha salarial, os trabalhadores buscam também um acordo em relação às mudanças provocadas pela reforma trabalhista. "Queríamos que a data da quinzena continue no dia 15, que muderam para o dia 20, e o nosso salário continue no dia 1º, que devido à reforma, eles colocaram para receber no 5º dia útil, o que pode acabar sendo dia 8, dia 10", explicou.
Segundo o representante, a questão já foi levada para o sindicato dos rodoviários, através do presidente Hélio Ferreira, que isentou o órgão da responsabilidade por se tratar de uma lei federal. "Ele mesmo reconhece que é injusto, mas afirma que não tem nada a ver com o sindicato. São anos e mais anos que nós rodoviários recebemos os nossos salários no dia 1º e no dia 15. Os empresários estão sendo muito cruéis, estão se apegando na lei e minando o trabalhador de todas as formas. Já temos o psicológico abalado no dia-a-dia e temos que ter ainda essa preocupação por estarmos atrasando nossas contas com a mudança das datas", desabafou.
Os rodoviários reivindicam aumento salarial, mas os patrões alegam dificuldades financeiras para atender aos pleitos. Com isso, uma paralisação está programada para ser realizada a partir desta quarta-feira (23). Se a greve não for revertida, a Procuradoria Geral do Município (PGM) vai acionar a Justiça para garantir que 30% dos ônibus circulem na cidade.