Salvador
Publicado em 24/05/2018, às 11h23 Gilberto Júnior/BNews Diego Vieira
Boxes fechados, prateleiras praticamente vazias, baixa movimentação de clientes, preços elevados. Esse é o cenário da tradicional Feira de São Joaquim, em Salvador, que sofre os reflexos do quarto dia de protestos dos caminhoneiros contra a alta do diesel.
Quem também está preocupado com a situação é o vendedor de abacaxis Douglas Araújo. Ao BNews, ele contou que
Diferentemente do caso do abacaxi, a banana da prata se tornou produto raro. Desde a última segunda-feira (21), os clientes encontram dificuldades para encontrar a fruta. “Eu só tenho banana da terra porque ela vem de Nazaré das Farinhas, mas a da prata já está muito difícil de conseguir porque ela vem de outras cidades”, explicou o feirante Roque Epifânio.
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E se está difícil encontrar o produto, sobra para o bolso do consumidor. A caixa da banana da prata que antes era vendida a R$ 50 aumentou para R$ 80. “O único jeito que tive para diminuir um pouco o meu prejuízo foi reajustando o valor”, contou o comerciante Djalma Bispo.
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Segundo ele, não vai demorar muito para o estoque de outras frutas chegar ao fim. “Tem dois caminhões meus com carga de mamão, melão e melancia presos na manifestação. Só tenho para vender o que está aqui exposto aqui. O mamão já chegou maduro, se eu não conseguir vender hoje, eu posso perder tudo”, lamentou.
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O protesto
Foram registradas manifestações de caminhoneiros em 24 estados, na terça-feira (22), com 384 pontos de rodovias bloqueadas no início do dia, que foram aumentando. Na segunda-feira (21), foram 188. Segundo a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), foram 160 no Sul, 105 no Sudeste, 51 no Nordeste, 56 no Centro-Oeste e 12, no Norte. Em três dias, as manifestações resultaram em uma morte, um atropelamento, brigas entre motoristas e veículos danificados.
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