Saúde
Publicado em 13/12/2016, às 23h20 Eliezer Santos
Desde o final de setembro, Vanessa Souza dos Santos vive o drama de peregrinar por hospitais e clínicas de Salvador em busca de atendimento e tratamento para seu pai, Eduardo dos Santos, 69 anos, que foi trazido pela família do município de Itaperoá para a capital na esperança de amenizar as sequelas de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que sofreu em 2014 e cuidar da recente descoberta de câncer de próstata.
Em conversa com o Bocão News, Vanessa relatou a dificuldade para que o pai realize o exame de biópsia da próstata e possa iniciar o tratamento do câncer no Hospital Aristides Maltez.
“Subo e desço e só recebo porta na cara. Meu pai está morrendo, está no osso. Nenhuma clínica quer realizar [o exame] por causa do estado dele”.
Segundo Vanessa, o valor do exame em clínicas particulares chega a R$ 1 mil.
“Eu não tenho, ia pedir empréstimo no banco... a vida do meu pai não tem valor. Está todo mundo recusando”, desabafou.
O idoso estava na casa de uma das filhas no bairro de Águas Claras quando passou mal e foi levado ao Hospital Eládio Lassérre, em Cajazeiras 2. De lá, foi transferido ao Hospital Salvador mediante decisão liminar da justiça. Vanessa conta que a família gastou R$ 1.500 reais em despesas com advogados.
Mas no Hospital Salvador, a família do idoso foi informada que a unidade não tem as especialidades que ele precisa e o colocou novamente no sistema da regulação.
Durante esse espaço de tempo, Vanessa relata que gastou R$ 600 para que o pai passasse por consulta com um médico urologista, onde realizou exame de toque e detectou que o Antígeno Prostático Específico (PSA) estava na marca de 100.
A reportagem repassou o caso, com dados da regulação, à Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), que prometeu analisar a situação e emitir parecer. Explicou ainda que a parte de tratamento de câncer na rede pública em Salvador está sob a responsabilidade do município.