Saúde
Publicado em 28/06/2019, às 18h01 Divulgação Redação BNews
As sequelas do acidente vascular cerebral (AVC), traumatismo craniano e raquimedular, da Esclerose Múltipla, e outras doenças neurológicas, podem ser minimizadas com o auxílio da toxina botulínica. A droga é usada para corrigir posturas anormais que podem surgir ao longo da evolução dos pacientes.
“A toxina botulínica reduz a espasticidade e rigidez muscular que provocam dificuldade no movimento, principalmente nos braços e pernas, e que afetam a mobilidade da maioria dos pacientes”, explicou a neurologista da equipe da Clínica AMO, Roberta Kauark.
A espasticidade é uma complicação decorrente de lesões no sistema nervoso central que leva à hipertonia muscular. Quando não tratada, pode até levar à perda do movimento da articulação.
No tratamento da espasticidade, a maioria dos pacientes apresenta início do efeito três a cinco dias após a aplicação e os resultados duram de três a seis meses. “Existem diversas indicações para o uso da substância, como melhora da dor associada a espasticidade, prevenção de posturas fixas e melhora da higiene.
Na reabilitação motora, se associada a fisioterapia os resultados são ainda melhores. Conseguimos, muitas vezes, reduzir doses ou aumentar o intervalo entre as aplicações no decorrer do tempo”, explica Roberta Kauark.
Para o tratamento, a substância é aplicada no músculo que está com rigidez. Dessa forma, relaxa-se a musculatura que causa a contração. A aplicação é feita em ambulatório e tem cobertura pelos planos de saúde.
Ainda segundo a médica, o tratamento de reabilitação em pacientes pós-AVC deve ser feito com brevidade para alcançar uma melhoria da funcionalidade e da qualidade de vida da pessoa. “A espasticidade é uma complicação tardia do AVC, mas, o quanto antes for tratada, melhores são os resultados alcançados com a toxina botulínica”, pontuou o neurologista.
A toxina botulínica tipo A, conhecida popularmente como Botox, é famosa por seu uso na estética, para a correção de rugas e marcas de expressão. Seu uso na medicina, no entanto, estende-se ao tratamento de enxaqueca crônica, doenças neurodegenerativas em fases avançadas, paralisia cerebral, distonia, bruxismo, entre outros. Como destaca a especialista, “o tratamento traz bons resultados e possui raras contraindicações, como no caso de alergia à substância”.