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Oito em cada dez empresas de turismo na Bahia fecharam desde a chegada da pandemia, aponta levantamento

Pesquisa mostra que o total de desempregos provocados pela suspensão do setor no estado chegou a 55%  |  Divulgação

Publicado em 20/07/2020, às 15h49   Divulgação   Redação BNews

Oito em cada dez empresas (84,6%) do setor de turismo na Bahia fecharam desde a chegada da pandemia do novo coronavírus ao estado, segundo uma pesquisa divulgada pela secretaria estadual de Turismo (Setur).

De acordo com o levantamento, o total de desempregos provocados pela suspensão do setor na Bahia chegou a 55%. Todos os guias turísticos ouvidos pela pesquisa estão sem exercer a atividade nesse período.

O estudo sobre os impactos da pandemia de Covid-19 no turismo baiano, realizado através do Observatório do Turismo, foi dividido em duas etapas e aplicado entre os dias 19 de junho e 6 de julho. A primeira concentrou-se nos empresários. Já a segunda, nos guias turísticos.

Antes da crise, aponta a pesquisa, 76% das empresas de turismo na Bahia possuía até dez funcionários. Para 90% dos empresários ouvidos no levantamento, houve redução acima de 50% no faturamento em relação ao mesmo período no ano passado.

A maior parte dos donos de empresa (65,6%) disse não ter participado de programas de incentivo dos governos municipal, estadual ou federal.

Entre os que participaram, 28% adotaram a redução da jornada de trabalho e de salário prevista na Medida Provisória 936/2020, 25% adotaram a suspensão temporária do contrato de trabalho e 22% disseram ter sido beneficiados pelo auxílio emergencial do governo federal.

Expectativa

Embora o cenário seja de crise, a perspectiva da maioria dos empresários do setor do turismo que participou da pesquisa é de que a retomada e normalização das atividades ocorra nos próximos seis meses. Para 47,5%, no entanto, a perspectiva é de que a retomada e normalização só aconteçam no ano de 2021.

Quanto à recuperação do quadro funcional, 30% dos empresários acreditam que deverá ocorrer de forma parcial nos próximos seis meses, enquanto 5,4% acreditam na recuperação total no mesmo período. Já 19% afirmaram não ter expectativa de recuperação.

Para 39% dos empresários que afirmaram ter havido redução do faturamento acima de 50%, o retorno em nível similar somente poderá acontecer no segundo semestre de 2021, enquanto 33% acreditam na retomada do nível ainda no primeiro semestre de 2021.

Guias

Em relação aos guias turísticos, cuja totalidade dos entrevistados ficou sem atuar no setor durante a pandemia, 72,7% informaram não possuir outra fonte de renda. Para 88,2%, houve queda acentuada do faturamento durante a crise.

Dos entrevistados, 70% não adotaram medidas para minimizar os efeitos da pandemia. Por sua vez, 21,8% adotaram medidas de remarcação/adiamento de serviços, enquanto 7,3% adotaram serviços on-line. O auxílio emergencial beneficiou 75,6% dos guias, e 24,4% estão recebendo o seguro desemprego.

Quanto às perspectivas da categoria, 38,2% acreditam que as atividades serão retomadas e normalizadas somente no primeiro trimestre de 2021. Por sua vez, 23,6% têm perspectiva de que a retomada ocorra nos próximos seis meses.

Para 35,5% dos guias de turismo que participaram da pesquisa, o nível do faturamento retornará ao patamar similar no segundo semestre de 2021. Já para 32,7% deles, esta retomada só ocorrerá no ano de 2022, enquanto 30,9% acreditam que o retorno se dará no primeiro semestre de 2021.

Metodologia

A Pesquisa dos Impactos da Pandemia Covid-19 no Setor do Turismo foi realizada por meio de formulário eletrônico nas 13 zonas turísticas do estado.

Foram incluídos também os demais municípios em que as empresas e os guias atuam, uma vez que foi considerada a relação dos que estão no Cadastro dos Prestadores de Serviços Turísticos - Cadastur/MTur.

Do universo das empresas pesquisadas, 41,5% possuem mais de dez anos de mercado. A amostra utilizada foi de 716 empresas que atuam no setor do turismo, entre meios de hospedagem, agências, transportadoras, restaurantes, bares ou similares, organizadoras de eventos, locadoras de veículos e empresas de outros setores correlacionados à atividade turística.

A maioria foi representada por microempresas e microempreendedores individuais, totalizando 72%. As de grande porte representaram apenas 1%. Entre os guias, a amostra foi de 110 que atuam no setor, no âmbito do estado da Bahia.

Classificação Indicativa: Livre


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