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E o rádio segue vivo, apesar dos pesares

Imagem E o rádio segue vivo, apesar dos pesares
Quem faz rádio – e eu faço desde guri – sabe do quanto é gostoso e viciante como uma cachaça. Quem ouve sabe da magia e da rapidez da informação  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 09/09/2019, às 10h45   Victor Pinto*


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Apesar das teorias apocalípticas sempre pregadas com o surgimento de um novo meio de comunicação, o rádio se mantém vivo e aceso. O primeiro efetivo meio de informação de massa, amplificador dos pensamentos, foi um dos mais democráticos dentro da sua fase mais importante, na década de 30 aqui no Brasil.

Antes só detinha conhecimento os alfabetizados que conseguiam ler os jornais, os reis absolutos do setor há um século. Com a chegada da transmissão do som, aqueles que sabiam ler e se detinham uma certa destreza com a oratória, propagavam pela oralidade, aspecto cultural já vivenciado por nossos antepassados ao repassar costumes, conceitos, cultura e história.

O rádio já foi um artigo de luxo, como a televisão, o computador e o celular já foram, por exemplo.  Teve seu lugar de destaque no centro da sala, mas hoje fica na cozinha e essencialmente no carro, principalmente nos grandes centros. No interior doestado ainda consegue ser o principal meio local de comunicação.

As emissoras radiofônicas, pela facilidade de transmissão, sem possuir um aparato tão exigente como a TV, foram as que melhor se adaptaram ao advento da internet com sinal via streaming para todo o mundo. O conceito universal da prisão do raio de transmissão é quebrado a partir deste uso.

Por exemplo: morando em Salvador há 10 anos, consigo saber das notícias via rádio em C do Coité pela gloriosa Rádio Sisal na internet ou, como fã que sou, só conseguia ouvir a Rádio Globo do Rio pelas ondas curtas a noite, hoje tenho um aplicativo no celular onde a escuto em qualquer lugar.   

Não é mais concebido no grau de estratégia de inserção de uma emissora a lógica da veiculação de música por si só, como tradicionalmente foi o FM. Foi-se o tempo. Para conseguir um efeito prático com visão de larga escala, a prestação do serviço tem crescido ainda mais. É a mistura do estilo AM com o FM, principalmente porque a Amplitude Modulada está fadada ao fim.

Boa parte do esquente do noticiário político vem dos rádios especializados em informação, dos sites e dos jornais. Diferente da TV aberta que pouco aborda em sua programação a política, o rádio promove entrevista, cobertura e análise na linguagem popular.

Quem faz rádio – e eu faço desde guri – sabe do quanto é gostoso e viciante como uma cachaça. Quem ouve sabe da magia e da rapidez da informação numa era de convergência midiática. Viva o rádio!


* Victor Pinto é jornalista formado pela Ufba, especialista em gestão de empresas em radiodifusão e estudante de Direito da Ucsal. Atua na cobertura política em sites e rádios de Salvador. Twitter: @victordojornal

** O artigo é publicado também no jornal Tribuna da Bahia

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