E aí, ACM Neto?

Li aqui no BNwes que o apresentador Fábio Porchat enviou nas redes sociais uma mensagem para o prefeito ACM Neto, a fim de que ele sancione o projeto de lei batizado de Teu Nascimento (PL nº 292/17), de autoria da vereadora Aladilce Souza. O projeto aprovado em setembro, até hoje, ao que parece, o prefeito não teve tempo para sancionar. Falo em falta de tempo porque não concebo que seja outro motivo, uma vez que os representantes do povo de Salvador aprovou. É bem verdade, por outro viés, que esses mesmos representantes aprovaram o absurdo da prevalência de um princípio de fé de uma única religião sobre as outras e ateus, em relação a não realização do arrastão, na quarta-feira após o Carnaval. Lei inconstitucional, que viola o princípio da laicidade do País. Certamente, a preocupação dos edis com essa aprovação não foi de ideal de fé, porque muitos não são lá assim seguidores dos preceitos e códigos de suas religiões. Porém, a questão do respeito, por força de lei, aos LGBTs, ainda, e infelizmente, se faz necessária, pois caso contrário estará desmerecendo a cidadania de iguais, diante da Constituição. Uma lei gera privilégio e a outra igualdade.

Precisamos como Nação entender que não cabe mais distinção de qualquer natureza, criando estratificações, exclusões. Os conceitos pessoais, individuais que se tenham não podem prevalecer sobre o avanço dos direito civis, ou mesmo de conquistas sociais. O balizamento de certas visões de mundo chamada conservadorismo, mas que, em verdade, se trata de medo
do novo, da transformação, do avanço de igualde de direitos, não deve ter lugar no processo de civilidade de uma sociedade. A medida do mundo e dos seus valores não deve estar sob o açodar de achismos, concentrado em grupos que se julgam bastiões do que chamam moral.

Tem treta?

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É possível, ACM Neto não sancionará nos próximos dias a Lei de Teu Nascimento, até para dar a impressão que não se submeteu a um ator global, mas ele sancionará, sim, pois tem demonstrado, ainda que cambaleando aqui e ali, que está buscando sintonia com o tempo que corre fora da janela do seu gabinete, e, naturalmente, não vai perder a oportunidade de firmar a imagem de que ouve o mundo, ainda que aqui e ali com burburinhos retrógrados ou oportunistas.