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Amar é ato de bravura

Publicado em 06/03/2017, às 12h27   Guilherme Reis*


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Apaixonar-se e escolher vivenciar o sentimento é um ato de bravura. Entregar-se ao outro sem reservas, empenhando-se em garantir a felicidade e o bem-estar do parceiro, porém sem se desviar de si mesmo, é o maior perigo que enfrentaremos nessa operação de desbravamento que é amar.

Você certamente conhece alguém que, irrefletidamente, abriu mão de sonhos e convicções, e distanciou-se de amigos e familiares em prol de um relacionamento que não foi além de gerar sofrimento e anulação. Quando incorremos em tamanho erro, nos resta a angústia por não termos mais estradas seguras pelas quais seguir em frente.

Nessa perspectiva, seria injusto culpar o antigo companheiro ou companheira por nos ter roubado aquilo que renegamos voluntariamente: a essência da nossa identidade, o elemento intangível que nos diferencia e faz alguém sentir que vale a penar continuar do nosso lado.

Amar exige humildade para que saibamos a importância do respeito, e coragem para demarcar fronteiras que o outro jamais deverá ultrapassar, por mais intenso e verdadeiro que seja o sentimento existente entre ambos. Sem manter as respectivas individualidades, qualquer relacionamento terá o fracasso como único horizonte possível.

Sonhar em ser atingido por esse sentimento que nos tire da rotina e pincele a vida com novos tons é comum a quase todos nós, mas isso não deve suprimir o impulso natural em preservar a nossa liberdade. Submeter-se ao egocentrismo alheio, característica marcante em relacionamentos abusivos, é abandonar o livre exercício de quem somos e tornar vã a nossa existência.

O mais importante é amar a si mesmo, “to be young and in love”.

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*Guilherme Reis é repórter do Bocão News e escreve neste espaço às segundas-feiras.
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