Yayá

Mulheres tantas, senão todas, devem hoje ser recordadas com gratidão e reconhecimento.

Jaciara, Mariene, Luiza, Vera, Alice, Edilene, Anhamona, Aline, Rejane, Fatinha, Alana, Joanita, Lena, Odete, Elvira, Aninha, Evelyne, Luciana...seriam infinitas as alas a recordar. Todas entenderão porque o meu destaque, neste dia internacional da mulher, é Maria Conceição Macedo, a nossa querida Tia Conça, que do alto dos seus 76 anos, deixa a cada dia o abrigo de idosas, no qual livremente decidiu viver, para jornadas de 10 a 12 horas, de serviço, caridade e doação.  Supervisiona a creche para 65 crianças, de 02 a 05 anos, vivendo e convivendo com o HIV AIDS; atende famílias em extrema vulnerabilidade; visita pessoas enfermas, hospitalizadas ou encarceradas, levando-lhes atendimento, alimentos, medicamentos, preservativos e sobretudo muito carinho. Uma vez por semana dona Conceição vai ao encontro de profissionais do sexo, na praça da sé e na orla de Salvador, escutando pacientemente delas o melhor modo de as servir. Tia Conça é eterno samba-enredo na boca das pessoas que vivem compulsoriamente à margem da sociedade e da história.

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Celebrando este dia Internacional da mulher, eis que Tia Conça, em parceira com o Axé Abassá de Ogum, liderado pela Yalorixá mãe Jaciara Ribeiro, inaugura o Projeto Yayá, que tem por madrinha a cantora Mariene de Castro e prestará assistência a mulheres em vulnerabilidade e risco social.

Abraçando Tia Conça,  parabenizamos todas as mulheres guerreiras, que no anonimato continuam dando a vida em favor da justiça, igualdade e paz.

*Padre Alfredo Dorea escreve quinzenalmente para o BNews, e é arcebispo da Igreja Anglicana Tradicional do Brasil. Graduado em filosofia e teologia. Mestre pela Universidade Gregoriana de Roma. Atua no diálogo interreligioso, combate às violências, discriminações e preconceitos, defesa dos direitos humanos e das pessoas mais vulneráveis e empobrecidas, sobretudo as que vivem com o HIV AIDS.