Economia & Mercado

Após liberação do FGTS, presidente da Ademi-BA explica importância do recurso para o setor

Imagem Após liberação do FGTS, presidente da Ademi-BA explica importância do recurso para o setor
Após pressão do setor da construção civil, os valores estudados para flexibilização dos saques do FGTS foram limitados a R$ 500 por trabalhador em 2019  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 28/07/2019, às 08h00   Pedro Vilas Boas


FacebookTwitterWhatsApp

O presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA), Cláudio Cunha, defende a preservação do recurso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) destinado ao setor. "Liberar o recurso do FGTS nas contas você vai ter um pequeno impacto na economia", disse, em entrevista ao BNews.

Na última semana, o governo Bolsonaro anunciou a liberação dos saques das contas ativas e inativas do FGTS e Fundo PIS-Pasep. Os saques do FGTS obedecerão a um calendário, como ocorreu na liberação das contas inativas em 2017, e terão duas modalidades: uma que libera até R$ 500 e outra que permitirá o saque anual de acordo com o aniversário do trabalhador, chamado pelo governo de saque-aniversário.

O presidente Jair Bolsonaro negou que o limite de R$ 500, considerado pequeno, tenha sido estabelecido após pressão do setor da construção civil, que demonstrou inicialmente preocupação com a liberação, já que havia a possibilidade do valor destinado à área ser afetado.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista:

BNews: Por que é importante preservar o recurso do FGTS, além da liberação do valor para os trabalhadores?

Cláudio Cunha: Liberar o recurso do FGTS nas contas você vai ter um pequeno impacto na economia, que são as pessoas que vão utilizar esse recurso pra quitar alguma dívida, débito, que tem, mas não vai refletir em geração de empregos. Ao contrário, se você já tem esse recurso, que é, inclusive, predeterminado pra utilização na construção civil, seja ela no mercado imobiliário, seja nas obras de infraestrutura, saneamento, você gera emprego e, consequentemente, você traz um ganhor maior pra economia, e por um prazo mais longo e crescente.

BNews: Então, não é suficiente incentivar novos consumidores, para impulsionar a economia?

Cláudio Cunha: A gente não entende isso como uma coisa que vai resolver o momento que o país atravessa. o que a gente precisa, realmente, é gerar emprego. Então, você vai liberar o recurso, que, por esse momento que o Brasil passou, muita gente tá endividada, e, aí, utilize até esse recurso pra regularizar a sua situacao, que é uma coisa positiva, uma volta ao mercado, mas, ao mesmo tempo, você também não faz com que você tenha um investimento na geração de emprego e renda

BNews: Qual a expectativa da Ademi com o governo Bolsonaro?

Cláudio Cunha: A expectativa é positiva, até mesmo pelas notícias que a gente vem recebendo, conseguir aprovar a reforma [da Previdência] no primeiro turno, mais do que necessário pra saúde financeira e econômica do país, medidas que estão sendo feitas pra desburocratizar o setor.

BNews: O caminho é alinhar a liberação com a preservação do recurso?

Cláudio Cunha: Ao mesmo tempo que você gera emprego, você coloca mais pessoas na economia com condições de consumir. Mas você deixar de ter pra construção civil pra poder liberar, aí, causa uma preocupação pra todos nós.

BNews: Como foi a movimentação da Ademi durante as negociações com o governo Bolsonaro?

Cláudio Cunha: Foi feita uma reunião através da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), que a Ademi é associada, pra mostrar ao governo a preocupação do setor e os benefícios que o setor...porque o país que quer crescer tem que investir em infraestrutura e construção civil, pela rapidez na geração de empregos

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp