Entrevista

Nelson Leal quebra silêncio sobre Adolfo Menezes, suplementação na AL-BA e 2020

Imagem Nelson Leal quebra silêncio sobre Adolfo Menezes, suplementação na AL-BA e 2020
Presidente da AL-BA comentou sobre rumores de que vai quebrar acordo para sucessão em 2021  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 27/11/2019, às 20h50   Henrique Brinco


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O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Nelson Leal (PP), concedeu uma entrevista rara, direta e exclusiva ao BNews onde falou sobre diversos assuntos polêmicos que rondam a Casa nas últimas semanas. A principal delas é sobre a sua própria sucessão. Nos bastidores, há um rumor de que ele estaria trabalhando juntamente com o vice-governador João Leão (PP) para derrubar a PEC que impede a reeleição de presidentes. A intenção dele, segundo alguns deputados revelaram em condição de anonimato, seria permanecer no cargo até 2022.

Se isso acontecer, haveria uma quebra de acordo com o grupo do governador Rui Costa (PT), uma vez a escolha de Adolfo Menezes (PSD) para o cargo em 2021 já havia sido sacramentada. Questionado sobre isso, ele nega que haja qualquer conversa sobre o assunto. "Eu fico impressionado com a quantidade de notas, de especulação que tem a respeito de uma eleição tão distante. Desde o mês de abril está saindo nota de que está acontecendo isso ou aquilo. Acho que agora todos nós temos que dar as mãos. A Assembleia nunca produziu tanto", pontuou.

Ainda na entrevista, Leal também fala sobre a suplementação orçamentária que a AL-BA vai pedir ao Governo do Estado e revela que o montante deve ficar abaixo de R$ 100 milhões. O pepista também faz uma avaliação do cenário eleitoral e revela projeções para 2020.

Leia a entrevista na íntegra:

BNews - O deputado estadual Adolfo Menezes falou ao BNews que tem ouvido nos bastidores rumores sobre sua reeleição na AL-BA. Qual é a sua opinião sobre isso?
Nelson Leal -
Acho que esse processo está sendo antecipado. A eleição é em 2021. Acho que não devia nem estar sendo debatido nada com tanta antecedência. E eu, atualmente, meu foco, é na administração para que a gente tenha uma Assembleia mais enxuta. A gente tem um déficit histórico, mas queremos que o Executivo desembolse menos na suplementação. Então, o foco nosso é administrativo. Acredito que é fundamental que a gente tenha uma relação amistosa, respeitosa. Acredito muito nas pessoas. Acredito muito que a gente tem que ter uma participação de todos os partidos, de todas as pessoas que fazem parte da nossa Casa. Eu fico impressionado com a quantidade de notas, de especulação que tem a respeito de uma eleição tão distante. Desde o mês de abril está saindo nota de que está acontecendo isso ou aquilo. Acho que agora todos nós temos que dar as mãos. A Assembleia nunca produziu tanto.

BNews - É o que se comenta nos bastidores...
Nelson Leal
- Essa questão de eleição vai ocorrer lá na frente e tenho certeza absoluta que todos nós temos que ter a serenidade para que ela venha ocorrer sem nenhum tipo de arranhão. Uma coisa é quando você veículo de comunicação vai informar a população. É fundamental que isso ocorra. Acho isso bom, positivo, manter a sociedade. Agora, da casa ficar produzindo nota, não acho interessante. É ficar acirrando os ânimos. Nunca fiz um movimento eleitoral. Ninguém nunca me viu falar de reeleição, ninguém nunca me viu chamar um deputado para conversar a esse respeito. Agora, vivemos em uma casa política. O que o parlamentar deseja, não sou eu que vou dizer como cada um vai tocar o mandato dele. Fico satisfeito em saber que tem alguém que acha que estamos fazendo um trabalho que merece ser continuado, que tem uma sequência. Mas, nesse momento, só fico alegre por ter alguém generoso ou algumas pessoas que são generosas.

"Ninguém nunca me viu falar de reeleição, ninguém nunca me viu chamar um deputado para conversar a esse respeito."


BNews - Também se especula nos bastidores que a suplementação orçamentária pedida pela AL-BA ao Governo do Estado gira em torno de R$ 130 milhões, mas Rui só estaria disposto a liberar R$ 60 milhões. Já há alguma definição sobre isso?
Nelson Leal -
Nós não fechamos o número ainda, porque estamos procurando fazer com que todas as ações que a gente possa enxugar, diminuir e restringir gastos estamos fazendo. Já iremos agora, muito provavelmente, apresentar um valor que de fato seja o mínimo para fechar o ano. Inicialmente era essa faixa de R$ 130 ou 135 milhões. Hoje a gente trabalha com menos de R$ 100 milhões.

BNews - Quando haverá a definição sobre esse valor?
Nelson Leal -
Acho que até meados da semana que vem vamos ter um número mais próximo da realidade. Não temos ele fechado, porque estamos fechando a folha desse mês ainda. Tem algumas despesas que serão aferidas até o dia 3 ou 4 de dezembro. E aí você tem que fazer a projeção de folha. E os funcionários que entraram nesse ano recebem o 13º salário cheio. O nosso custeio é baixo. O custeio maior é folha.  

BNews - Qual a sua avaliação sobre o cenário que está se desenhando para a eleição de 2020?
Nelson Leal - 
 Essa eleição vai ser muito interessante, porque nunca tivemos a experiência de ter uma eleição sem coligação. É a primeira vez que vamos ter uma sem coligação. E aí vamos ver os resultados. O partido nosso, o PP, tem se preparado fortalecendo as candidaturas nas cidades da Bahia para fazer um bom número de prefeito e de vereadores. Agora, confesso que há uma preocupação, porque é um laboratório que está sendo colocado. E tem a eleição também importante que está sendo colocada aqui em Salvador. Os times estão sendo montados. É difícil dar uma opinião com mais profundidade. 

BNews - A base de Rui vai lançar vários candidatos?
Nelson Leal -
Acho que sim. Tenho visto, por exemplo... Nós estamos lançando Niltinho, o PCdoB lançou Olívia, o Podemos lançou Bacelar, o Avante lançou Isidório.... Não sei como vai ser o comportamento do PT. Também não sei como vai ser o leque de candidaturas. Vejo que os partidos ficaram muito preocupados com essa questão de não ter coligação. Vejo que os partidos ficam com medo de não lançar candidato a prefeito e não formar uma bancada na Câmara.

"Não sei como vai ser o comportamento do PT. Também não sei como vai ser o leque de candidaturas."


BNews - O senhor vai apoiar algum candidato específico em alguma cidade do inteiror?
Nelson Leal -
Em todas as cidades que estamos, nas nossas base, trabalhamos para eleger os nossos candidatos.

BNews - Quais são as próximas pautas? Já há alguma data para o fim da legislatura?
Nelson Leal -
Pauta está meio embolada, porque tem muito projeto. Trancou a pauta por causa de um projeto do deputado Marcelino Galo que estabelece a prioridade de vagas nas escolas para crianças e adolescentes cujas mães encontram-se em situação de violência doméstica e/ou familiar. Essa semana tinham duas urgências: as contas do governador e outra do ICMS. Temos também o orçamento, que já está rodando na Casa. E alguns outros projetos oriundos dos parlamentares. Se nós conseguimos construir um acordo, podemos trabalhar com a data do dia 18 de dezembro.

BNews - As comissões agora também serão no Plenário?
Nelson Leal -
Estamos tendo  a necessidade de ampliar os dias das comissões. A gente hoje está tendo uma necessidade pelo tanto de reunião que está ocorrendo, pelo tanto de debate. Na segunda-feira vamos disponibilizar para ter reunião de comissão no Plenário. Nunca ocorreram tantas atividades. É uma legislatura muito produtiva. Esse ano não tem mais data para fazer sessão especial. Então, é uma coisa diferenciada. Temos eventos grandes, lotando o auditório.

Texto: Henrique Brinco
Fotos: BNews/Vagner Souza

Classificação Indicativa: Livre

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