Salvador

Secretário detalha plano de retomada do turismo em Salvador após crise gerada pela Covid-19

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Em entrevista ao BNews, Pablo Barrozo falou das ações para auxiliar o setor, que é um dos mais afetados pela pandemia  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 19/07/2020, às 15h10   Eliezer Santos/Luiz Felipe Fernandez


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Um dos setores da economia soteropolitana mais afetados pelo distanciamento imposto pela pandemia de Covid-19, o turismo precisará se reinventar nos próximos meses. O secretário de Cultura e Turismo do Município, Pablo Barrozo, conversou com o BNews em live transmitida nas redes sociais nesta semana, e contou detalhes dos planos para a retomada da atividade.

O primeiro passo, segundo o secretário, será o incentivo para o turismo de pessoas da Bahia e da própria cidade, de “curta distância”. Para os empreendedores da área, como por exemplo as agências de turismo, terão a oportunidade de se capacitar no comércio digital por meio do HUB Salvador, com direito a ajuda da Secretaria da Fazenda e do SEBRAE.

Pablo comentou também a campanha lançada recentemente, intitulada “Uma Saudade Chamada Salvador”, que emocionou muitas pessoas e repercutiu nas redes sociais. O objetivo é reafirmar o “orgulho” de ser soteropolitano, lembrando as melhores coisas de se fazer na cidade, em tempos em que se é necessário preservar o isolamento social.

Já sobre a maior festa de rua do mundo, o Carnaval, o secretário não contou nenhuma novidade. Enquanto a taxa de novos casos segue crescente, é impossível imaginar um cenário com milhões de foliões nas ruas da Barra, Ondina e Centro.

BNews - A Secult lançou hoje uma campanha importante que é essa campanha de manter salvador na memória das pessoas, enquanto a gente não pode ir a praia, quando as pessoas não podem visitar salvador, enquanto não pode ter uma vida normal, que é a campanha “Uma Saudade Chamada Salvador. Como foi a idealização do projeto? Como ele vai ser tocado, sobretudo nas redes sociais, que é o terreno que a gente tem para trabalhar isso.

Pablo Barrozo - Essa campanha ‘Uma saudade chamada Salvador” faz parte de um planejamento estratégico, de posicionamento da nossa cidade de Salvador e de planejamento para o futuro, e nós vimos a necessidade de lançarmos agora logo esse vídeo [...] uma união de bons sentimentos, boas lembranças do nosso munícipio, da nossa cidade, falando de cada cantinho da nossa cidade, falando das ruas, daquele gosto que, nós, que moramos aqui, temos a oportunidade de comer um acarajé. Aquele sentimento que é visitar o nosso Centro Histórico que é tão querido, abençoado e amado por todos. O sentimento que é aquele de pertencimento da cidade, né? E que está na saudade, na nostalgia das pessoas [...] E eu convido a todos para visitar os nossos veículos de comunicação, o salvadordabahia.com que é o nosso site, nós temos o Instagram @Visitsalvadordabahia, nós temos o Instagram também da Secult [...] Nós também temos uma lista no Spotify. Na lista temos temas como ‘uma saudade chamada Barra’, ‘uma saudade chamada Rio Vermelho’, ‘uma saudade chamada Bonfim’, ‘uma saudade chamada Itapuã’, todas trazendo músicas que tenham a ver com a história da nossa cidade pra relembrar, então, momentos importantes.

Então é uma campanha bem sensitiva, que demonstra todo o nosso orgulho, toda nossa força de sermos soteropolitanos, de morarmos e escolhermos essa cidade para viver, sobretudo no momento onde as pessoas estão passando por um momento difícil, mas que precisam ter essa esperança de permanecer com essa vontade de vencer [....]

A gente vai começar com o turismo para os soteropolitanos, isso já faz parte do nosso planejamento estratégico, um turismo para baianos e pessoas que moram e Sergipe, estados próximos. 50% das pessoas que visitavam Salvador antes da Covid já eram baianos, então é o que nós pretendemos promover e logo depois com essa abertura gradual da economia e do setor, de acordo com as orientações ligada à área da saúde, o que é muito importante, nós iremos, com certeza, voltar com o novo normal, abrindo para um turismo mais amplo, que possa usar um ônibus, um avião para chegar a Salvador. Mas nesse primeiro momento nós entendemos que o turismo vai ser de curta distância, de pessoas mais próximas, em um momento logo em breve.

BNews - A gente está atravessando um período de pandemia numa baixa estação e é um período que a cidade, apesar de receber visitantes, ainda é um volume muito menor do que a gente vê a partir de setembro, que é o período pós-Carnaval. Como está sendo essa fase de vocês? Como está sendo a elaboração desses protocolos. A gente sabe que o turismo representa 20% na economia de Salvador, então é uma fatia importante que está muito prejudicada agora, mas logo daqui a diante, quando começarmos as atividades, vai precisar retomar as coisas. Como está o protocolo?

PB - Primeiro, nesse momento, nós vemos que a prioridade é a questão de salvar vidas. Mas nós precisamos ter um olhar uma atenção especial com a volta e a retomada da economia, então o turismo, como você bem falou, é responsável por isso, é a forma das vertentes naturais da nossa cidade para a retomada econômica e para a geração de emprego. Temos guias de turismo, os garçons dos vários restaurantes, recepcionistas, camareiras de hotéis, aquelas pessoas que trabalham com transporte turístico. Então, o comércio informal ligado ao turismo, é uma série de pessoas que trabalham nesse setor que ganham o seu pão para sua sobrevivência através do turismo. Quando veio a Covid, nós estávamos com a cidade pronta para crescer mais ainda no turismo, a gente pode lembrar ainda aqui, o Centro de Convenções [...] Nós estávamos com a orla praticamente toda recuperada, com a cidade limpa, praças bem cuidadas, então uma cidade colorida, pronta para receber turista, aumentar esse potencial, empregar mais gente [...]

Nós temos obras que vão complementar essa beleza, como as obras ali do lado do Mercado Modelo [...] Ao lado da Casa da História, nós temos a Casa da Música, que vai ser um atrativo cultural, pro turismo, creio eu que vai ser o mais visitado de Salvador, porque é muito interativo, nos moldes e nos padrões modernos de qualquer casa, museu, ou atrativo turístico que tenha nas grandes capitais do mundo. A Casa da Música deve ser entregue esse ano ainda, em dezembro, e a Casa da História ano que vem [...] São novos atrativos que somados a orla de Stella Maris, Ipitanga, praia do Flamengo, que nós também através do BID estamos fazendo, dei a ordem de serviço, deve ter 1 mês, começamos a montar o canteiro.[...]

Posso citar aqui um exemplo do centro de recuperação do turismo, que vai funcionar no HUB Salvador, é um centro que vai ser voltado para atender só os agentes que trabalham com turismo, aqueles guias turísticos, os agentes de viagem receptivo, transportes turísticos. Vão ter pessoas que vão ter um espaço próprio para fazer o seu trabalho, inclusive vai ter um espaço de Coworking, espaço para aqueles que não tiverem mais a possibilidade de pagarem o aluguel onde tinha a sua agência de turismo [...] Teremos um postos da Setur, Sefaz, para prestar aqueles serviços que a população e as pessoas que são ligadas ao turismo precisam. Também teremos postos do Banco do Brasil, Caixa, Santander e Banco do Nordeste, para facilitar o acesso e promover as linhas de crédito.

BNews - Por outro ponto eu queria ver com você como está a interface com o setor hoteleiro, que os hotéis também estão fechados. O que você pode falar do protocolo de retomada quando isso ocorrer, qual vai ser a prioridade do ponto de vista de cuidados sanitários?

PB - Cerca de 30 hotéis estão abertos aqui na cidade de salvador, mas a dificuldade de clientela para eles, diante das dificuldades da pandemia, realmente existe e o fluxo do setor hoteleiro tem sido um fluxo bem pequeno, o que nós temos conversado com eles e o que temos orientado com guia turístico e sobretudo com as associações ligadas aos hotéis é a necessidade de nos prepararmos para recebermos essas pessoas e turistas que vão vir para cá [...] Os estabelecimentos terão um selo de certificação que irá promover as pessoas que ali frequentam uma segurança maior, porque esse selo será finalizado com uma certificadora internacional, que a Prefeitura dará para Sedur e da Vigilância Sanitária. Teremos padrões rígidos de exigência sanitária [...] Salvador tem uma postura responsável em relação a pandemia logo nesse início, de enfrentamento e de respeito às vidas [...] e logo na entrada do estabelecimento vai estar lá, inclusive com QR CODE, que vai poder acessar pelo seu celular e poder fazer qualquer sugestão, ler as regras que serão impostas aquele estabelecimento [...] a gente precisa estar na vanguarda para sermos um destino respeitável.

BNews - Queria falar primeiro do festival da primavera, que é uma atividade que costuma acontecer e que levar 4 ou 5 dias e o Festival Virada Salvador, uma festa de réveillon com pelo menos 5 dias de festas. Como está o horizonte de vocês, alguma possibilidade de realização? Eu levantei os números do ano passado e só na noite de abertura do festival da virada teve 250 mil pessoas, na Arena Daniela Mercury, na Boca do Rio. Possibilidade alguma ou zero? Vai fazer algum tipo de adaptação?

PB - Os eventos sempre foram formas de movimentar a economia da cidade,de sustentarmos diversas famílias, as pessoas, através do trabalho formal e informal, elas têm a oportunidade, além de se divertir, também trabalhar. Gente que vem pra se divertir na cidade e deixa o seu dinheiro aqui através de todo comércio daqui, aproveitando toda beleza que nossa cidade tem [...] esse exemplo serve para o carnaval, Festival da Virada, não podemos promover esses eventos sem uma condição mínima de segurança para as pessoas. E hoje, a Covid traz essa inseguranç. Nós temos que conversar sobre isso, dialogar com a população [...] não se pode falar em aglomeração se tiver a pandemia forte na cidade. Sou bem otimista em relação a cura, estamos aí vendo o processo de procura da vacina, bem adiantados, logo em breve teremos uma boa notícia, com a vacina, podemos voltar o novo normal. Sem a vacina, nós queremos voltar com a retomada econômica, mas festas com todo mundo se abraçando, como costume nisso, no momento não podemos .

BNews – A possibilidade de não termos Carnaval é um cenário que está fora do horizonte de vocês? Se não for em fevereiro, que seja remanejado, mas pelo viés econômico não deixaria de acontecer?

PB - Eu acredito, não vi nenhuma postura em relação a isso, o carnaval vai acontecer, a distensão do mês que respeita as limitações do Covid, como tantas outras limitações que estamos agora, mas eu aproveito aqui para falar a Prefeitura esta planejamento a retomada econômica, está preparada para a reestruturação com todas as diversidades no centro de recuperação e turismo. Nós teremos o marketing place, shopping virtual, com agência de viagem, guias de turismo, para vender os seus produtos, comercializar com o mundo todo, quem tiver fora de Salvador vai poder reservar o hotel, para que esse site seja visto o mundo todo, o shopping será o primeiro shopping virtual do Brasil.

BNews – Como faz para o comerciante que quer participar disso, vai ser acionado pela prefeitura, ele procura vocês, como faz?

PB - Ele poderá nos procurar através dos telefones da Secult e um site que será divulgado, poderá entrar em contato com a gente também pelo site salvadordabahia.com, do Instagram da Secult ou do visteSalvadordabahia. Mas todos os contatos da Secretaria de Cultura e Turismo, vamos lançar os programas em breve para as pessoas poderem participar. A pessoa que tem uma agência de turismo ou que quer montar, vai poder montar aqui no HUB Salvador e poder digitalizar, tornar o e-commerce tornar a agencia dela digital. O centro de recuperação do turismo, que será usado por sua vez também no shopping virtual para ser uma prateleira, pra vender nossa cidade, nosso destino turístico de uma forma melhor, ou seja, na dificuldade, na crise, precisamos inovar, pensar fora da caixinha, para termos atrativos melhores e atrativo confiáveis do ponto de vista da vigilância sanitária e pela inovação, facilidade do acesso, para que possamos superar nossos concorrentes de outros estados, de outras praças.

BNews - Como está a questão do pagamento de auxílio dos profissionais do setor de cultura, vários profissionais parados em caasa e também receberam esse suporte., Quantas pessoas receberam, quantas ainda vão receber?

PB - Nós atendemos cerca de 180 a 200 guias de turismo por mês que precisam da cesta básica, os prestadores de serviço, pessoas mais carentes que trabalhavam no Mercado Modelo, atendemos baianas de acarajé, sobretudo que trabalham na orla que estão sem conseguir exercer a sua função com as praias fechadas [...] Já houve 2 mil pessoas que receberam, sejam artistas, músicos, artistas circenses, atores, os que realmente não tinham condição, maior necessidade [...] provavelmente nesse mês serão contemplados mais de 2 mil e estamos aproveitando para fazer, através da FGM, para as pessoas aptas a receber recursos e participar de programas ligados a Lei Emergencial de Cultura aprovada na Câmara Federal. Nós fizemos um trabalho junto à secretária Arany Santana, de Cultura do estado, conversamos com Fernando Guerreiro (presidente FGM),atuamos junto aos deputados federais de diversos partidos, todos os deputados baianos foram contactados, para que analisassem e votassem favorável a lei emergencial da cultura [...] um setor que não está tendo como executar o seu trabalho diante da necessidade de isolamento da pandemia

BNews - Tem previsão de quando esse dinheiro chega?

PB - Não posso dar uma previsão, é uma lei federal, tem uma série de exigências. Preparamos os documentos para diminuirmos esse prazo assim que for liberado, mas dependemos primeiro do ajuste federal [...] estamos aguardando o Governo Federal para a gente dar um prognóstico para as pessoas, mas vejo que eles têm tido presa, fazendo justiça. Estamos ansiosos, mas bem otimistas que esse recurso vai sair logo porque as pessoas precisam se reestruturar e sobreviver.

BNews - Queria que você deixasse uma mensagem para os trabalhadores do turismo milhares de pessoas que dependem exclusivamente disso, qual mensagem de esperança, encorajamento a essas pessoas, cogitando iniciar a retomada do comércio, o que tem dizer a essas pessoas?

PB - O diálogo constante facilita a gente ter noção do tamanho do  problema, as pessoas tem acesso fácil, deixar as palavras que eles ouvem de mim a um tempo, de esperança de união, que nossa união vai prevalecer, que iremos construir com bastante seriedade e criatividade essa recuperação de turismo de uma forma mais acelerada. Citei planos de começo, meio e fim, que vã atingir o x da questão. Tenho certeza que com esses projetos arrojados, seremos o destino mais procurado pelo país depois da pandemia, tenho certeza disso.

*Colaborou de Brenda Viana

Classificação Indicativa: Livre

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