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Ronaldo afirma que não tem responde a processo

Imagem Ronaldo afirma que não tem responde a processo
Ex-prefeito partiu para o ataque e abriu a caixa de Pandora contra adversários  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 02/10/2012, às 00h00   Luiz Fernando Lima (Twitter: @limaluizf)


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A eleição se avizinha e o clima em Feira de Santana é beligerante. Nas últimas semanas sucessivas denúncias entre os três principais concorrentes pautaram a agenda da cidade. O segundo maior município do estado tem um cenário peculiar. O ex-prefeito José Ronaldo (DEM) aparece como primeiro colocado em todas as pesquisas divulgadas e até a última semana pouca gente se aventurava a admitir a possibilidade de segundo turno, contudo, a curva descendente do representante do Democratas acabou dando confiança ao deputado estadual José Neto (PT) e ao atual prefeito Tarcízio Pimenta (PDT). Na apertada agenda do final de semana que precede a eleição, os três conversaram com a reportagem do Bocão News separadamente.

De um modo geral, todos se queixam da troca de farpas em detrimento das propostas. Confira a entrevista:

Bocao News: Estamos na reta final da corrida eleitoral, o senhor acredita que esta foi uma campanha de alto nível em Feira de Santana? Em algum momento ela pendeu para a parte das denúncias e para os ataques a um ou outro candidato? A discussão sobre projetos ficou em segundo plano?


José Ronaldo: Eu sou um político que levei 32 anos em um mandato e tive a satisfação de, cumprindo o meu dever, ter todas as minhas contas aprovadas sem ressalvas, todos os convênios que assinei foram aprovados. Não tenho nenhum processo. Entendo que meu adversário, talvez, levado pelo desespero eleitoral partiu para um tipo de agressão de coisas que ele sabe que não são verdadeiras. Ninguém pode ser crucificado por um pedido de algum cidadão. Eu acho que isso não foi bom para ninguém. Pela primeira vez eu vi isto acontecer em uma eleição em Feira de Santana, mas acredito que isso faz parte, até pelos números expressivos das pesquisas que sempre me foram muito favoráveis e por ter uma vida limpa, reconhecida pelo povo de Feira, ele tentou desviar o nível da campanha para este caminho. Fora isso, a campanha é dinâmica, é operosa e é forte. Eu sou um homem que tem muita fé em Deus e evidentemente que durante o desenrolar da campanha aconteceram fatos, como o caso do “Mensalinho”, do deputado da Assembleia Legislativa da Bahia e que mostra a verdade de quem faz política com decência e que o faz fora dos princípios da ética e do respeito.

No último fim de semana pré-eleição foi divulgada uma pesquisa Ibope, na qual o senhor aparece com 63%. Apesar de ainda ser uma vantagem grande frente aos seus adversários (o segundo Zé Neto, PT, apareceu com 16%) existe uma curva de queda que já chega aos 13%. O senhor entende que o segundo turno em Feira ainda continua descartado?

Acho que não. As pesquisas não têm demonstrado a possibilidade de segundo turno. Estes números e as pesquisas internas que todos os candidatos, de todos os partidos, fazem tem tido uma variação pequena de 3 a 4 pontos percentuais para mais ou menos. Os números estão estabilizados.

O senhor rompeu com o atual prefeito Tarcízio Pimenta (PDT), que foi eleito que a sua ajuda em 2008. Existiu uma tentativa de vincular a administração atual ao senhor. Seus adversários, inclusive o atual prefeito, transfere responsabilidade para o senhor. Como avalia este cenário?

Eu nunca rompi com ninguém, me afastei por não concordar com os métodos administrativos dele gerir a prefeitura de Feira de Santana.

Por que voltar a administrar Feira de Santana?

Eu sou um homem público. Dentro do princípio da vida pública é um motivo de muita alegria, muita emoção, você chegar nas praças públicas e ver as pessoas conversando sobre a possibilidade de você voltar a comandar os destinos da sua cidade. Em cima de tudo isso eu estou indo buscar o apoio do povo, da sociedade de Feira de Santana. Estou feliz com a condução deste apoio até o presente momento. Acredito que isso haverá de confirmar no dia 7 de outubro. E pelas manifestações que tenho visto nas ruas isto é crescente. Gosto da cidade, amo a cidade. Feira de Santana é minha vida. Quem me conhece sabe que Feira é de uma importância extraordinária em minha vida e gosto de servir à cidade e ao povo de Feira de Santana.

Quais são os principais gargalos na Infraestrutura de Feira de Santana?

A gente precisa melhorar mais a Saúde. Nós investimos muito nesta área no passado. Ampliamos consideravelmente os postos de atendimento, implantamos todas as Policlínicas existentes na cidade, implantamos as clínicas de bioimagem. Construímos hospitais no município, mas é preciso investir mais. Nós apresentamos algumas ideias, alguns projetos novos, que nós vamos levar a saúde para a casa das pessoas nos distritos e zona rural com as unidades móveis equipadas com aparelhos de última geração proporcionando um atendimento de excelência.

Educação

Na área da Educação há um compromisso com aula no período integral. Isto será priorizado.

Infraestrutura

No setor do trânsito, nós investimos muito nas construções dos viadutos e agora vamos investir naqueles locais que hoje são gargalos, que estão apresentando problemas para que esta cidade seja projetada para daqui a 20 ou 30 anos e não tenha engarrafamentos violentos como poderá vir a ter. Porque se a gente deixar para investir somente quando estiver grave (o problema) os valores serão maiores.

A BR 324 é uma rodovia fundamental para o desenvolvimento de Feira de Santana sobre todos os aspectos. Ela foi licitada e hoje uma concessionária a administra, mas as queixas permanecem as mesmas. Qual a sua opinião sobre esta concessão e enquanto prefeito, se eleito, o que poderá fazer para melhorar o acesso das pessoas neste importante vetor que liga Feira a Salvador?

Nós vamos cobrar mesmo. Se ela é uma terceirizada, privatizada, é evidente que os serviços devem ser de ótima qualidade. Isso deixa muito a desejar. Além de compromissos outros que foram firmados a exemplo do contorno de Feira de Santana que será para mim uma prioridade. Para que no primeiro ano do nosso governo a gente tenha pelo menos 50% do anel de contorno duplicado e possamos partir para a outra metade.

Qual a sua avaliação sobre o discurso do alinhamento entre os governos federal, estadual e municipal? O senhor acha esta relação fundamental?

Eu acho que sou um exemplo claro de que isso não é necessário. Eu, quando fui prefeito, tive dois anos o Fernando Henrique Cardoso (PSDB) como presidente e outros seis o Lula (PT).Todos os projetos que levei a Brasília nestes oito anos consegui aprovar. Nós executamos todos em Feira de Santana com muita força e determinação. Isto demonstra claramente que não há esta necessidade (de alinhamento). Eu soube, não vi, que o governador esteve em Feira de Santana na quinta (27) e num ato que participou, umas dez pessoas me contaram isso, disse no discurso que estava afirmando para o povo de Feira de Santana que ele governaria com qualquer prefeito que fosse eleito. Eu acredito muito que sendo eleito prefeito, e eu acredito nesta vitória, o governador estará mantendo contato comigo no próprio dia da eleição para me convidar para conversar administrativamente. Ele foi eleito pelo povo também e assim sendo, nós que fomos eleitos pelo povo devemos cumprir nossas obrigações com a sociedade como um todo.

Como o senhor avalia a atual gestão, de Tarcízio Pimenta (PDT)? Muitos secretários que atuaram no governo dele, agora o apoiam nesta campanha?

Nunca existiu problema nenhum com isso. As pessoas foram ser secretárias convidadas pelo prefeito e não pela minha pessoa. Não foi pedido meu. Não foi solicitação minha. Foram convites que partiram do próprio prefeito e estas pessoas se afastaram do prefeito também de livre espontaneidade. Nada a ver com a minha pessoa. Alguns não são políticos, são técnicos e têm suas posições de homem, de cidadão e de pessoa, mas 90% ou mais são técnicos.

Segurança Pública é uma área de competência do governo do estado, contudo, os crimes acontecem nos municípios e a população bate na porta do prefeito para cobrar melhorias neste seguimento. O que senhor fará, se eleito, para melhorar a segurança em Feira de Santana, cidade que apresenta índices alarmantes de violência?

A segurança pública é um problema muito sério em Feira de Santana, talvez, seja o que a população mais se queixe, mais chama a atenção. Nós compreendemos isso, vamos dar apoio ao estado, apresentei um projeto de colocarmos equipamentos nas saídas da cidade para ajudar na fiscalização. Com certeza absoluta o município dará apoio porque entendemos que há uma necessidade muito forte de resolvermos este problema.

O senador Aécio Neves (PSDB) viria a Feira de Santana?

Ele marcou que viria nesta sexta-feira (28), mas na hora o clima estava ruim e foi informado que não havia condições para chegar nem de helicóptero, nem de avião e então foi suspensa a visita dele.


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