Acidente

Mar Grande: tripulações são ouvidas e defesa nega omissão de socorro em tragédia

Publicado em 06/09/2017, às 12h16   Tiago Di Araujo



Já foram ouvidas cerca de 130 pessoas envolvidas no acidente com a lancha Cavalo Marinho I, no último dia 24, em Mar Grande, que fez 19 vítimas fatais. A investigação está sob responsabilidade do delegado Ricardo Amorim, titular da 24ª Delegacia (Vera Cruz). Entre as testemunhas ouvidas, estão os integrantes das tripulações das lanchas Vera Cruz e Joana, que também operavam no sistema no dia do acidente.
Em contato com a reportagem do BNews, o advogado Márcio Tinoco, da empresa Vera Cruz, responsável pelas duas embarcações, esclareceu a participação dos seus representados na investigação. "O delegado está fazendo a apuração sobre o acidente e já ouviu mais ou menos 130 pessoas, entre elas, as tripulações da Vera Cruz e da Joana, embarcações da empresa Vera Cruz, que faziam o trajeto naquele dia. A gente foi chamado para colaborar com as investigações. A Marinha também já ouviu as tripulações na sexta-feira passada, justamente para apurar as condições do mar naquele dia". 
Questionado sobre suposta omissão de socorro, o representante da Vera Cruz negou as acusações e garantiu isso ainda não está sendo abordado na investigação. "Não existe isso. É muito prematuro o delegado apurar isso. Ele no momento está vendo as condições do mar, o que foi que levou ao acidente. Então, falar em omissão de socorro é muito prematuro. Até porque as condições do vento, do tempo, da maré, no momento do acidente, vão deixar claro que não houve qualquer omissão de socorro", afirma. 
E continua. "Além disso, todos os tripulantes, de ambas as embarcações, tem familiares que utilizam o serivço, conhece todo mundo. Então, se houvesse algum chamamento eles iriam por obrigação legal. A própria legislação diz que uma embarcação ciente de algum sinistro, são obrigados a mudar o rumo e prestar socorro. Isso de fato vai ficar comprovado. Mas, não é momento para isso. Ele está agora apurando o que levou o acidente", destaca. 
Tinoco ainda aproveitou para esclarecer o não comparecimento à audiência pública, realizada nesta terça-feira (5), à convite do presidente da Câmara de Municipal de Vera Cruz, Hildegardo de Carvalho Câmera Neto. "Nós não conseguimos nos fazer presentes porque o convite foi feito muito em cima da data, não tivemos como nos programarmos par audiência. Recebemos o convite muito em cima da data da realização e neste dia tínhamos ouvida na delegacia", explicou ao garantir participação nas próximas. "A empresa vai comparecer nas demais, sendo convidadas com antecedência. Temos o maior interesse em colaborar para melhoria do sistema". 
O inquérito da Polícia Civil deve ser concluído em, no máximo 90 dias, já que o prazo inicial é de 60 dias, prorrogáveis por mais 30. 

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