Acidente

Nove mortes e 2 anos sem punição: Segura pode pagar R$ 10 milhões pela tragédia

Imagem Nove mortes e 2 anos sem punição: Segura pode pagar R$ 10 milhões pela tragédia
Nesta sexta-feira (9), tragédia completou dois anos ainda sem punição para a empresa  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 10/08/2013, às 08h21   Caroline Gois (@goiscarol)


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Sexta-feira, 9 de agosto de 2013. Há exatos dois anos, nove operários morreram em uma tragédia que chocou trabalhadores da construção civil, bem como, toda a socidade baiana. As vítimas - Antônio Elias da Silva, Antônio Reis do Carmo, Antônio Luiz Alves dos Reis, Hélio Sampaio, Jairo de Almeida Correia, José Roque dos Santos, Lourival Ferreira, Manoel Bispo Pereira e Martinho Fernandes dos Santos, morreram na hora após o elevador de um prédio da construtora Segura despencar de uma altura aproximada de 80 metros. 
Hoje, ao procurar o Ministério Público do Trabalho (MPT), o site Bocão News levantou informações sobre o processo que gira em torno da condenação que será aplicada à construtora, bem como, qual assistência está sendo dada às famílias das vítimas depois do ocorrido. Desde o ano passado, uma liminar foi concedida pela desembargadora Marizete Menezes Corrêa em mandado de segurança. Ela determinou que Construtora Segura cumpra rigorosamente as normas de saúde e segurança do trabalho estabelecidas pela Norma Reguladora do Ministério do Trabalho e Emprego em todas as suas obras no estado da Bahia. Caso seja flagrada descumprindo a medida judicial, a empresa está sujeita a multa diária de R$1 mil.
"Estou confiante que a Justiça do Trabalho irá condenar a empresa pelas incontestáveis falhas na segurança que levaram a esse gravíssimo acidente. A condenação neste caso terá um caráter emblemático num momento em que toda a sociedade discute as melhorias das condições de saúde e segurança no meio ambiente de trabalho”, afirmou a procuradora Cleonice Moreira, autora da ação. 
O MPT abriu uma ação civil pública contra a Segura, cujo valor da setença, caso haja a condenação, pode chegar a R$ 10 milhões. Este dinheiro será pago ao Estado e revertido para o Seguro Desemprego, o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), Fundo de Trabalho Decente, além de ser destinado para programas de qualificação e cursos. 
Já com relação a indenizações e assistência aos familiares, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil (Sintracom), José Ribeiro, afirmou que a empresa fez as homologações - que correspondem ao tempo de serviço de cada trabalhador que morreu no acidente, "mas o processo está rolando ainda. Cada família entrou na Justiça, mas ainda aguarda. Eles não têm assistência nenhuma", completou.
Segundo Ribeiro, "é lamentável que mesmo com esta tragédia tenhamos que brigar pela questão segurança", ressaltou. Conforme o Sintracom, cinco mortes já foram registradas em obras este ano.
A Segura
Sobre os questionamentos do MPF e relembrando os dois anos da tragédia, o Bocão News procurou a construtora que, através de nota afirmou "compartilhar da dor das famílias dos operários envolvidos no fatídico acidente ocorrido em 9 de agosto de 2011 e reitera que, desde os primeiros momentos, prestou e continua a dar assistência aos familiares das vítimas.
A empresa esclarece que sempre esteve à disposição das autoridades e da Justiça para fornecer as informações necessárias; cumpre todas as determinações legais quanto à segurança dos seus colaboradores, e aproveita para elogiar o profícuo trabalho dos integrantes do Ministério Público do Trabalho (MPT) da 5ª Região-BA em suas ações de conscientização e prevenção de acidentes, não apenas no segmento da Construção Civil, mas em todos os segmentos produtivos.
Há dois anos, profissionais e amigos tiveram suas vidas interrompidas. Apesar do tempo decorrido, a dor permanece presente e aguda".

A tragédia 
Todas as vítimas trabalhavam na construção do edifício Comercial II, uma torre de 103 metros de altura com 299 salas, localizada na Rua Saturnino Segura, no bairro do Pituba. Eles morreram após o elevador em que estavam despencar de uma altura aproximada de 80 metros. Todas as vítimas trabalhavam na construção do edifício Comercial II, uma torre de 103 metros de altura com 299 salas, localizada na Rua Saturnino Segura, no bairro do Pituba.
Uma missa na Igreja do Mosteiro de São Bento foi celebrada a pedido do Sindicato dos trabalhadores da Construção Civil (Sintracon) hoje pela manhã em memória dos mortos.
A última audiência do processo ocorreu no dia 26 de julho. Além da empresa, são réus os sócios-proprietários Maria Dolores Martinez Perea, Manuel Segura Martinez e Saturnino Segura Martinez. Agora, cabe à família aguardar a sentença - que não tem data para sair.

Postada às 16h03 do dia 09 de agosto
CONFIRA IMAGENS TIRADAS NO DIA DO ACIDENTE PELO FOTÓGRAFO GILBERTO JUNIOR DO BOCÃO NEWS

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