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Depois do segundo turno, a biruta roda diferente

Imagem Depois do segundo turno, a biruta roda diferente
A rejeição do PT foi algo demonstrado nas maiores cidades e o segundo turno terminou de sacramentar isso  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 30/11/2020, às 08h04   Victor Pinto


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Se tem uma pessoa que tem muito a comemorar com a finalização do segundo turno na Bahia, mais do que Colbert Martins (MDB) em Feira de Santana e Herzém Gusmão (MDB) em Vitória da Conquista, esse alguém é o prefeito de Salvador ACM Neto (DEM). O democrata tem no alinhavar da costura de 2022 o domínio dos quatro maiores colégios eleitorais do Estado, cujas todas derrotas foram estabelecidas em cima do PT, seu principal adversário. A biruta indicadora de ventos começa a se inclinar para outra direção. 

Em seu tweet após as urnas darem a vitória aos aliados emedebistas, esse olhar para a disputa estadual se mostra. “As vitórias de Herzem, em Conquista, e de Colbert, em Feira, são simbólicas e confirmam que novos ventos começam a soprar em nosso estado. Ventos que mostram que os baianos estão preparados para construir um futuro ainda muito melhor”, escreveu o presidente do DEM que participou da vitória de Eduardo Paes (DEM) no Rio de Janeiro, capital importante para seu projeto político. 

A rejeição do PT foi algo demonstrado nas maiores cidades e o segundo turno terminou de sacramentar isso. Dos 20 maiores municípios da Bahia, ACM Neto e aliados venceram em 12. O governador Rui Costa (PT) tem o nome marcado no caderninho da derrota e pode até fugir da autocrítica e não admitir que o cenário não está tão bom, mas precisa se reposicionar. É hora de juntar os cacos e tentar frear uma onda neo carlista. Parabenizou os derrotados no Twitter, mas não fez menção aos vitoriosos. 

Alguns adendos: Os 54,42% de Colbert em Feira frente aos 45,58% de Zé Neto são mais de Zé Ronaldo do que de ACM. Mas os 54% do Herzém frente aos 46% de Zé Raimundo esse sim teve boa influência netista. Ambos os emedebistas ganharam da máquina do Estado que deslocaram esforços junto a seus principais agentes para fazer frente ao núcleo opositor. 

Os deputados cassados Targino Machado (DEM) e Marcell Moraes (PSDB) foram os azarentos que apoiaram os petistas e o fato não deu liga. Quem pulou na hora certa foi o deputado Carlos Geilson (PSDB) que voltou para a base de Neto e selou campanha em prol do emedebista em território feirense. Já Dayane Pimentel (PSL), veremos o que será. 

O governador Rui Costa vai precisar segurar sua base de prefeitos. Caso a biruta indicadora se movimentar ainda mais para a linha de ACM Neto, esperemos debandadas. Falta muita água para correr debaixo da ponte, mas há tempo de reação, se a campanha e os arranjos já começarem a partir desta segunda-feira (30).

Victor Pinto é editor do BNews, jornalista formado pela Ufba, especialista em gestão de empresas em radiodifusão e estudante de Direito da Ucsal. Atua na cobertura jornalística e na área administrativa de rádios em Salvador. 

Twitter: @victordojornal

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