Artigo

Eles quem? Nós quem? E os todos?

Publicado em 02/05/2017, às 06h46    José Medrado*


FacebookTwitterWhatsApp

Tenho postados algumas considerações em meu Facebook sobre essas questões das reformas trabalhistas e previdenciária. Curiosamente, tenho percebido que o estabelecimento do “eles” e “nós” está tão forte, que a discussão das consequências, se aprovadas as tais reformas, sequer estão sendo consideradas. Há nitidamente, e apenas, uma forte disposição de contra ponto a tudo que for dito por “eles” e vice-versa, quando “eles” falam dos “nós”.  De logo, reafirmo verdadeiramente que não sou de esquerda, nem de direita. Aprecio, respeito, quem não tem só discurso, mas faz algo pelo próximo. Realiza algum bem, aí pode ser de qualquer cor partidária, religião...ateu.  Expressei, em algum post, tais afirmações, e incrível, houve quem veio defender os “eles” e “nós”. Registre-se que “eles” serão sempre os do tal outro lado, seja qual for e o “nós” quem estiver no lado do manifestante da vez, seja também de que ideologia for. A depender da os “nós” tem a mesma cor dos “eles” e vice-versa.
Verifiquei que o povo, vamos lá: os “Todos”, não estão considerando que tais reformas estarão sentenciando aos que vivem de seus salários a não se aposentarem, posto que a colocação de idade mínima, independente de tempo de serviço, será sempre uma punição aos que, por necessidade familiar, começaram a trabalhar mais cedo. Sem falar que os servidores públicos não ficaram com regra de transição alguma, na garantia de sua paridade. Ajustes são necessários, claro, mas considerando as questões de vida do povo, em geral. Por outro lado, sempre se trabalha uma certa sanha sobre os servidores públicos, visto que o acesso a esse serviço é democrático, bastante estudar e passar no concurso a que se pretende. É verdade que onde há gente, há os desonestos, os trambiqueiros, mas daí satanizar apenas um segmento não acho justo. Afinal quem municiar magistrados, promotores, parlamentares em suas pesquisas e elaborações de seus documentos oficiais? Por outro lado, também, os cargos de confiança em muitas repartições não são ocupados por servidores de carreira, mas por indicações, e quem os indica? Pois é...
Assim, que os trabalhadores acordem realmente, afinal de contas quem se justifica, por ser jovem,  pensando que vai demorar muito para se aposentar, e não se preocupa com o que está acontecendo. Cuidado! Quanto mais tempo, mais chance de perdas...sei bem disto. Quem acha que não há problema em ficar até os 62 e ou 65 anos trabalhando, cuidado, também! O Brasil não tem a menor consideração com quem está acima dos 50. Perdendo o seu emprego nesta faixa etária, como será a sua reinserção no mercado de trabalho, sobretudo você mulher, neste país de machistas e de muitos assediadores. Não há o que se comemorar, mas de lutar...e muito.
* José Medrado é líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp