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Vai pegar fogo

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Artigo trata da intolerância e discursos de ódio nas eleições  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 03/07/2018, às 08h06   José Medrado


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Ontem, aqui no BNews, foi noticiado que servidores municipais realizaram manifestação contra o prefeito ACM Neto, no Barbalho.  A confusão terminou em confronto entre os manifestantes e os aliados do prefeito. O grupo contrário ao prefeito portava faixas de apelo contra 'retirada de direitos' e entoava gritos de 'Fora, Neto' e 'Fora, Temer'. Houve necessidade de intervenção da Guarda Municipal. Certamente, os servidores têm motivos para as suas reclamações, e devem fazê-las, pois estamos em uma democracia. Vimos, no entanto, em pequena prévia, o que de fato nos espera de forma regional e nacional, nas próximas eleições: os contrários indo a vias de fato, gerando possíveis conflitos de contorno de difícil previsão. É sabido, de há muito, e dito por especialistas, referindo-se a tal divisão política do Brasil, que nada mais é do que cada um, cada grupo acreditar que o seu jeito de fazer as coisas, de pensar e manifestar é o único correto e melhor do que os demais, assim como os seus valores, crenças, gostos e cultura. Dessa forma, a intolerância toma corpo, e quando perde o argumento de defesa parte para as agressões.

Li recentemente de um estudioso em comportamento coletivo, a assertiva de que toda a polarização tem sido amplificada pelas redes sociais, nas quais discursos de ódio são proferidos sem qualquer medida, evidenciando, claro, a ausência de uma educação para a cidadania, de respeito ao outro. Os indivíduos, sem saber o que argumentar, seja por falta de profundidade do conhecimento ou por pensamento diretivo, fanático parte para a agressão, esperando que sua opinião se sobressaia perante a de tantos outros que, da mesma forma que eles, fazem o mesmo. O cenário se torna um ciclo vicioso de difícil interrupção, o que nos faz imaginar, repito, o que nos espera em outubro, entre os “debatedores” de argumentos de programas dos candidatos às eleições, ou exatamente pela falta dessas plataformas.

Fato é que esses bate-bocas infindáveis nada levam, raramente trazem algum resultado além de inimizades e cortes de relação, além de estresse, podendo, inclusive, acabar em violência. Uma opinião contrária se torna praticamente uma afronta pessoal e, com os ânimos cada vez mais aflorados, é difícil voltar à razão, e quando a perde, as consequências são imprevisíveis. Estamos em retrocesso civilizatório, ao que parece.

* José Medrado é líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal.

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